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Trump anuncia “grandes sanções” sobre a Turquia. Bolsa afunda e juros disparam

Os mercados turcos estão a ser fortemente abalados esta segunda-feira, depois de os Estados Unidos terem reforçado a intenção de avançar com grandes sanções sobre o país.

Reuters
14 de Outubro de 2019 às 13:10
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Donald Trump voltou esta segunda-feira a anunciar a imposição de sanções sobre a Turquia, agravando a instabilidade nos mercados turcos, com a bolsa a afundar, a lira a descer e os juros da dívida a dispararem.

No Twitter, o líder da Casa Branca avisou que estão a chegar "grandes sanções" contra a Turquia, rejeitando a possibilidade de os Estados Unidos se envolverem militarmente com aquele país, um aliado da NATO.

"Os curdos podem estar a libertar alguns para nos envolver. Facilmente recapturáveis pela Turquia ou pelas nações europeias de onde muitos vieram, mas devem agir rapidamente. Grandes sanções sobre a Turquia a caminho! As pessoas acham realmente que devemos entrar em guerra com a Turquia, membro da NATO? As guerras sem fim acabarão!", escreveu o presidente dos Estados Unidos na rede social.

Trump reiterou assim a sua intenção de punir a Turquia, depois de já ontem ter informado que os Estados Unidos iriam avançar com "sanções severas" contra aquele país, pela ofensiva militar contra as milícias curdas na Síria, e ter ordenado a saída imediata das tropas norte-americanas na região.

Os receios de que novas sanções dos EUA representem mais um golpe para a economia turca estão a levar a bolsa de Istambul a cair quase 3% para mínimos de agosto, e os juros da dívida a dez anos a dispararem 61 pontos base para 14,710%.

Também a lira está a descer quase 0,7% face ao dólar, apesar dos esforços dos bancos estatais para suportar a divisa. De acordo com a Bloomberg, que cita fontes próximas, os bancos do Estado venderam na semana passada o equivalente a 3,5 mil milhões de dólares para impulsionar o valor da lira.

A economia turca depende fortemente dos fluxos de capital estrangeiro, ainda mais numa altura em que recupera de uma recessão alimentada pela crise cambial do ano passado, e que foi precipitada em parte pelas sanções dos Estados Unidos. Dados publicados esta segunda-feira mostram que a produção industrial da Turquia caiu em agosto pelo 12.º mês consecutivo.

Além dos Estados Unidos, também a União Europeia poderá avançar com sanções à Turquia, um tema que será debatido na cimeira desta quinta-feira, que é dedicada ao Brexit.

O presidente turco Erdogan justificou a ofensiva com a necessidade de trazer paz para a região, e garantiu que as suas tropas mataram "dezenas de terroristas". "A nossa missão é prevenir a criação de um corredor de terror em toda a nossa fronteira sul e trazer paz para esta área", escreveu Erdogan no Twitter.

Segundo foi avançado este domingo, porém, o ataque da Turquia resultou na fuga de cerca de 800 membros do Daesh de um campo de prisioneiros. Durante a ofensiva, foi lançado o caos no local e os guardas não conseguiram conter os fugitivos.
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