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Sem surpresas. BCE mantém taxa de juro nos 0,15%
O BCE manteve inalterada a taxa de juro de referência para a Zona Euro, tal como esperado pelos analistas. Os investidores aguardam agora pelas palavras de Mario Draghi.
Não houve surpresas na reunião mensal de Agosto do Banco Central Europeu (BCE). A instituição liderada por Mario Draghi manteve a taxa de juro de referência nos 0,15%.
A baixa inflação na Zona Euro, o fraco crescimento na região e a tensão no leste da Ucrânia com a Rússia serão os próximos grandes desafios de Mario Draghi. A decisão anunciada esta quinta-feira, 7 de Agosto, vai ao encontro das expectativas dos analistas.
Os investidores aguardam agora pela conferência de imprensa, marcada para as 13h30, hora de Lisboa. As palavras de Draghi têm relevância, em especial no actual contexto, e podem ser acompanhadas em directo.
A serem tomadas, a aprovação de novas medidas expansionistas só terá lugar no final do ano ou já no próximo. "Vai levar até ao fim do ano para implementar as medidas de Junho e mais medidas pouco convencionais não deverão ser anunciadas antes disso", disse Phillipe Gudin, analista do Barclays.
A Zona Euro enfrenta alguns desafios nos próximos meses, com os desafios geopolíticos em cima da mesa. "O euro deverá continuar a ser pressionado pelos riscos relacionados com a Rússia, a desalavancagem da banca europeia e uma Reserva Federal menos expansionista", afirmou Valentin Marinov do Citigroup.
Na conferência de imprensa desta quinta-feira, Mario Draghi deverá voltar a assinalar o fraco crescimento na Zona Euro e o compromisso do BCE em voltar a actuar, caso as medidas expansionistas não surtam o efeito desejado de fazer chegar mais dinheiro à economia.
Injecções de liquidez começam em Setembro
O banco central tomou recentemente várias decisões com o objectivo de aumentar a liquidez no mercado. Recorde-se que a taxa de juro de referência do banco central está actualmente num minímo histórico.
Na reunião mensal de Junho, o banco desceu a taxa dos 0,25% para os 0,15%. Ou seja, os bancos europeus passaram assim a comprar dinheiro mais barato ao BCE.
Outra novidade foi também a redução das taxas de juros de depósitos para um valor negativo -0,10%. Os bancos agora pagam para depositar dinheiro nos cofres da instituição de Frankfurt.
Outras das alterações prendeu-se com a redução dos 0,75% para os 0,40% da taxa da facilidade permanente de cedência de liquidez, com a qual o BCE efectua empréstimos aos bancos com a duração de um dia.
Para Setembro e Dezembro está agendada a realização de duas injecções de liquidez a longo prazo. O BCE pretende desta forma injectar 400 mil milhões de euros na economia europeia ao longo dos próximos quatro anos, para facilitar a concessão de crédito a particulares e a empresas por parte dos bancos.
Riscos de deflação persistem
A baixa inflação é outro dos principais desafios para o BCE. Em Julho, a taxa na Zona Euro caiu dos 0,5% para os 0,4%, um valor muito abaixo de 2%, o valor referência para o BCE.
A inflação manteve-se assim abaixo de 1% pelo décimo mês consecutivo na Zona Euro. Um dos riscos, conforme já assinalou Mario Draghi, é a economia da região entrar numa espiral de queda de preços, a deflação, o que leva famílias e empresas a adiarem os seus investimentos, prejudicando assim o crescimento.