O banco espanhol aumentou o preço-alvo para o BES para os 20,40 euros, e diz que os investidores devem aproveitar a valorização do BCP para sair do título e entrar no banco liderado por Ricardo Salgado. Afirma que a instituição que resultar da fusão, o Banco Millennium BPI, vai ser gerido por uma "reputada" equipa de gestores do BPI.

Numa nota de "research" publicada ontem, o Santander reviu em alta a avaliação para as acções do Banco Espírito Santo (BES) [BESNN] dos 19,80 para os 20,40 euros.

Este valor tem implícito um potencial de valorização superior a 20% face à cotação de fecho de ontem do BES.

O analista Pedro Balcão Reis reiterou a recomendação de "compra" para o BES e disse que os investidores devem aproveitar a valorização recente do Banco Comercial Português (BCP) [BCP] para embolsar mais-valias e entrar no capital da instituição liderada por Ricardo Salgado.

O BES, segundo o banco de investimento espanhol, "está em excelente posição para ganhar com a fusão entre o BCP e o BPI, ao ficar com a quota de mercado" que poderá ser perdida pela nova instituição, o Banco Millennium BPI.

O ganho de quota de mercado será visível sobretudo no segmento empresarial.

Santander calcula sinergias de 1,2 a 1,8 mil milhões de euros

Em relação à proposta de fusão do BPI com o BCP, o banco diz que a operação "vai criar uma instituição financeira líder em Portugal, com um tamanho três vezes superior ao do BPI".

A criação do Banco Millennium BPI vai levar a sinergias, do lado dos custos, de 215 a 280 milhões de euros por ano, ou seja, cerca de 10% a 13% da base de custos da entidade que resultar da fusão.

"Assumindo custos de reestruturação de 700 milhões de euros, o valor total [das sinergias] deverá rondar os 1,2 a 1,8 mil milhões de euros", de acordo com as contas de Balcão Reis.

O Santander diz ainda que a fusão BCP/BPI pode atrair uma nova instituição para o negócio, mas não doméstica. "Um banco estrangeiro poderá entrar no negócio e oferecer um valor (em "cash") mais atractivo", especula o Santander.

As acções do BES valorizavam 0,24% para os 16,74 euros, e as do BCP cotavam inalteradas nos 3,43 euros. O Santander tem uma recomendação de "manter" para o BCP e um preço-alvo de 3,60 euros.