Notícia
Pequenos investidores enviam carta a Vítor Gaspar a pedir audiência sobre Cimpor
Questionando a "calorosa recepção" de Passos Coelho à OPA da Camargo Corrêa sobre a Cimpor, através da venda da posição da CGD, a ATM quer encontrar-se com o ministro das Finanças. Diz a associação que os pequenos accionistas foram prejudicados face à Votorantim, ameaçando, por isso, com protestos à frente da CMVM e da Assembleia.
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A associação de pequenos investidores ATM quer reunir-se com o ministro das Finanças, Vítor Gaspar, para encontrar soluções para os pequenos accionistas da Cimpor que, defende, saíram prejudicados da oferta pública de aquisição (OPA) da Camargo Corrêa à cimenteira.
Numa carta dirigida a Vítor Gaspar, a ATM (associação de investidores e analistas técnicos do mercado de capitais) deixa críticas à operação “opaca” que passou mais de 90% do capital da Cimpor para mãos brasileiras e que “colocou em causa a protecção dos pequenos accionistas”.
Os signatários, Octávio Viana e Joaquim Cardoso, presidente e conselheiro da ATM, respectivamente, questionam mesmo a “calorosa recepção à tomada de controlo de uma empresa portuguesa de capital aberto”. Essa posição deve-se, dizem, ao facto de a Caixa Geral de Depósitos, que era dona de 9,60% da Cimpor, ter logo anunciado a disponibilidade para vender na OPA por 5,50 euros, a contrapartida inicial oferecido pela Camargo.
“Uma decisão que fez todos os accionistas reféns da mesma, sendo que uns, por medo de maiores perdas, foram obrigados a vender na OPA e outros, resistentes, vêem-se agora sem possibilidade de reagir à perda de valor que tal venda inequivocamente originou à sociedade”, aponta a carta dirigida ao ministério do Terreiro do Paço. O facto levou os responsáveis da Caixa a discutirem o tema na Assembleia da República.
Os títulos da Cimpor, vendidos na OPA a 5,50 euros, estão a ser negociados em bolsa nos 3,26 euros na sessão de hoje, quarta-feira, depois de terem perdido terreno quando terminou a operação.
ATM acusa de falta de igualdade no tratamento de accionistas
Para a ATM, houve um tratamento diferenciado dos investidores nesta OPA lançada pela InterCement, da Camargo, mas a cuja participação estava imputada a posição da Votorantim (já que estava acordada uma troca de activos para depois da oferta). Assim, a empresa ficou com 94,11% da cimenteira após a oferta.
“Estamos convencidos que o valor dos activos da Cimpor a entregar na troca com a Votorantim é superior ao valor da contrapartida oferecida, o que a verificar-se, demonstrará imediatamente a assimetria de tratamento e informação gerada nesta Oferta, para além da inequívoca retirada de valor aos accionistas que aceitaram ("forçadamente") a oferta”, salienta a carta da associação. Os activos da Cimpor estão a ser avaliados pelo Morgan Stanley e pelo Rothschild para determinar a transacção entre a empresa, a Camargo e a Votorantim (e, assim, esta última deixar de ser accionista da Cimpor).
Além disso, a ATM sempre questionou o facto de a CMVM não ter permitido que, depois da OPA, a Camargo pudesse avançar com uma aquisição potestativa para comprar as participações dos investidores que não quiseram vender na oferta inicial, dizendo que, por isso, saíram prejudicados. A reguladora responde com o código de valores mobiliários.
Aviso de protestos na rua
Na carta em que pede um encontro com Gaspar, a associação de pequenos accionistas abre espaço para se manifestar publicamente na rua.
“A única forma de partilhamos este descontentamento dos nossos associados e de outros investidores é através de uma manifestação pública, na rua, em frente da CMVM e da Assembleia da República e que só esse executivo poderá travar procurando que a legalidade seja reposta”, avisam Octávio Viana e Joaquim Cardoso.
Esta não foi a primeira acção da associação presidida por Octávio Viana relativa à OPA à Cimpor, que avançou, na semana passada, com uma providência cautelar contra a troca de activos acordada entre a Votorantim, Cimpor e Camargo.
Numa carta dirigida a Vítor Gaspar, a ATM (associação de investidores e analistas técnicos do mercado de capitais) deixa críticas à operação “opaca” que passou mais de 90% do capital da Cimpor para mãos brasileiras e que “colocou em causa a protecção dos pequenos accionistas”.
“Uma decisão que fez todos os accionistas reféns da mesma, sendo que uns, por medo de maiores perdas, foram obrigados a vender na OPA e outros, resistentes, vêem-se agora sem possibilidade de reagir à perda de valor que tal venda inequivocamente originou à sociedade”, aponta a carta dirigida ao ministério do Terreiro do Paço. O facto levou os responsáveis da Caixa a discutirem o tema na Assembleia da República.
Os títulos da Cimpor, vendidos na OPA a 5,50 euros, estão a ser negociados em bolsa nos 3,26 euros na sessão de hoje, quarta-feira, depois de terem perdido terreno quando terminou a operação.
ATM acusa de falta de igualdade no tratamento de accionistas
Para a ATM, houve um tratamento diferenciado dos investidores nesta OPA lançada pela InterCement, da Camargo, mas a cuja participação estava imputada a posição da Votorantim (já que estava acordada uma troca de activos para depois da oferta). Assim, a empresa ficou com 94,11% da cimenteira após a oferta.
“Estamos convencidos que o valor dos activos da Cimpor a entregar na troca com a Votorantim é superior ao valor da contrapartida oferecida, o que a verificar-se, demonstrará imediatamente a assimetria de tratamento e informação gerada nesta Oferta, para além da inequívoca retirada de valor aos accionistas que aceitaram ("forçadamente") a oferta”, salienta a carta da associação. Os activos da Cimpor estão a ser avaliados pelo Morgan Stanley e pelo Rothschild para determinar a transacção entre a empresa, a Camargo e a Votorantim (e, assim, esta última deixar de ser accionista da Cimpor).
Além disso, a ATM sempre questionou o facto de a CMVM não ter permitido que, depois da OPA, a Camargo pudesse avançar com uma aquisição potestativa para comprar as participações dos investidores que não quiseram vender na oferta inicial, dizendo que, por isso, saíram prejudicados. A reguladora responde com o código de valores mobiliários.
Aviso de protestos na rua
Na carta em que pede um encontro com Gaspar, a associação de pequenos accionistas abre espaço para se manifestar publicamente na rua.
“A única forma de partilhamos este descontentamento dos nossos associados e de outros investidores é através de uma manifestação pública, na rua, em frente da CMVM e da Assembleia da República e que só esse executivo poderá travar procurando que a legalidade seja reposta”, avisam Octávio Viana e Joaquim Cardoso.
Esta não foi a primeira acção da associação presidida por Octávio Viana relativa à OPA à Cimpor, que avançou, na semana passada, com uma providência cautelar contra a troca de activos acordada entre a Votorantim, Cimpor e Camargo.