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Millennium espera que BCE e Fed mantenham juros em 2008

A crise do "subprime" e os seus efeitos constituem o principal risco nas perspectivas económicas para 2008 e originará uma "grande prudência" na actuação dos bancos centrais ao longo do próximo ano.

18 de Dezembro de 2007 às 00:05
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A crise do "subprime" e os seus efeitos constituem o principal risco nas perspectivas económicas para 2008 e originará uma "grande prudência" na actuação dos bancos centrais ao longo do próximo ano.

A previsão é do Millennium Investment Banking, que num estudo publicado no final da semana passada antevê que quer a Fed quer o BCE vão optar por manter os juros inalterados até que seja claro qual dos riscos predomina: abrandamento da economia ou subida da inflação.

"No início de 2008, os bancos centrais ainda terão que se defrontar com o agravamento do ‘trade-off’ entre os riscos descendentes para o crescimento e os riscos ascendentes para a inflação, pelo que a política monetária nas principais economias se deverá pautar por uma grande prudência, até que seja claro qual dos dois riscos predomina", refere o "research" do Millennium com as suas perspectivas para 2008.

No "cenário central", o banco de investimento estima que tanto a Fed como o BCE optem por manter as respectivas taxas directoras.

Nos EUA, o Millennium considera que "o carácter preventivo dos cortes efectuados nos últimos meses de 2007 deverá tornar a Fed menos reactiva à previsível deterioração dos indicadores de actividade no primeiro semestre de 2008". A Fed já baixou os juros por três vezes este ano, passando a taxa directora de 5,25% para 4,25%, com o objectivo de impedir a economia americana de entrar em recessão.

Apesar de prever que o preço do dinheiro nos EUA se mantenha nos actuais níveis, o Millennium refere que "só deveremos esperar uma suavização adicional da política monetária se o cenário central da Fed de recuperação gradual da economia for inequivocamente posto em causa por evidência adicional".

Para a mesma fonte, é evidente que robustez da economia norte-americana foi abalada pela "crise subprime", mas "não de forma suficiente a conduzir os EUA para uma recessão". O crescimento do PIB americano deverá passar de 2,9% em 2006 para 2,2% em 2007 e 2,1% em 2008.

Quanto ao BCE, o Millennium refere que a "manutenção do crescimento em níveis perto do potencial, combinado com a persistência de pressões inflacionistas não favorecem uma suavização da política monetária". Por isso aguarda a manutenção dos juros nos 4%, apesar de reconhecer que o "BCE terá que tomar decisões difíceis em 2008", devido ao contexto de "enorme incerteza".

O Millennium acredita que "a economia [da Zona Euro] apenas deverá retrair-se no primeiro trimestre, retomando um ritmo de crescimento elevado no resto do ano" e estima uma diminuição da inflação no primeiro trimestre.

Condições de crédito mais duras

Quer a crise persista ou não, "parece-nos pouco provável que os prémios de risco atinjam níveis tão baixos como os registados até meados de Julho", refere a mesma fonte, acrescentando que "a crise levou a um processo generalizado de reavaliação do risco, que se traduzirá num endurecimento das condições de crédito nos tempos vindouros".

Quanto aos mercados financeiros, o Millennium perspectiva que estes continuem "algo voláteis" no início de 2008.

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