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Lucros da Altri recuam 34,3% para 19,6 milhões de euros no primeiro trimestre

As receitas da produtora de pasta e papel registaram uma queda de 9,9% para 224,7 milhões de euros. A empresa liderada por José Soares de Pina antecipa que o contexto de "destocking", consequência da desaceleração na procura global e normalização da logística mundial, deve continuar a pressionar os resultados da Altri no segundo trimestre.

A Altri, liderada por José Pina, tem sido eleita pelos analistas.
Peter Spark
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Os lucros da Altri recuaram 34,3% para 19,6 milhões de euros no primeiro trimestre, informou a produtora de pasta e papel em comunicado enviado à Comissão do Mercado e dos Valores Mobiliários (CMVM).

Já as receitas registaram uma queda de 9,9% para  224,7 milhões de euros. A empresa liderada por José Soares de Pina enquadra este valor "no contexto de ‘destocking’" global na indústria de pasta e papel.

"O contexto de ‘destocking’ ao longo da cadeia da valor da indústria de pasta e papel, consequência da desaceleração na procura global e normalização da logística mundial, levou a uma diminuição nas vendas numa altura de quebra nos preços das fibras", explica o CEO da Altri José Soares de Pina, citado no comunicado.

O EBITDA (lucros antes de juros, impostos, amortizações e depreciações)  atingiu os 50,2 milhões de euros, uma queda de 17,6% em termos homólogos. A margem do EBITDA cedeu 2,2 pontos percentuais para 24,5%.

A queda da margem é explicada pela "evolução das receitas, associada ao principais custos variáveis, que continuam a um nível mais elevado do que o verificado no primeiro trimestre do ano passado, acabaram por levar a uma evolução negativa na margem em relação ao trimestre homólogo", justifica a Altri na nota.

O investimento líquido subiu de 6,8 milhões de euros no período homólogo para 18,4 milhões de euros entre janeiro e março, "onde se incluem cerca de 6,6 milhões relacionados com a nova caldeira de biomassa para a Caima", a biorefinaria do grupo Altri que produz fibras celulósicas para a indústria têxtil.

A dívida líquida permaneceu praticamente inalterada, ascendendo a 327,5 milhões de euros.

Em termos operacionais, a procura por fibras celulósicas encolheu no primeiro trimestre, com a procura por pasta Hardwood a apresentar uma evolução menos negativa (-3,1%). A China e a América Latina destacaram-se pela positiva, "embora não o suficiente para compensar o ‘destocking’ no mercado europeu e no norte-americano".

Através da Caima, Celbi e Biotek, a Altri produziu 239,5 mil toneladas de fibras celulósicas no trimestre, uma redução homóloga (-14,5%) "em resultado da paragem programada da principal unidade industrial, a Celbi, neste período".

As vendas acompanharam a redução da produção, registando-se uma descida homóloga de 15,7%,  mas um crescimento de 2,8% face ao último trimestre de 2022. As vendas cifraram-se em 251,4 mil toneladas no primeiro trimestre.

Segundo trimestre deve manter-se pressionado pelo "destocking"

Para o segundo trimestre, " processo de normalização do mercado de pasta global, iniciado durante os últimos meses de 2022, deverá continuar", acredita a Altri.

"Acreditamos que o 'destocking' que ainda estamos a ver ao longo da cadeia de valor da indústria de pasta e papel é consequência de algum abrandamento económico e da normalização da logística global", além de que "a expectativa de mais oferta de pasta hardwood dos novos projetos da América Latina nos próximos meses poderá estar a ampliar este efeito global de ‘destocking’".

Porém, "acreditamos que este processo de normalização está perto do fim e, com ele, assistiremos a uma melhoria nas perspetivas de evolução dos preços", acrescenta a Altri.

Em termos de produção, depois da paragem programada daquela que é a maior unidade industrial, a Celbi, durante o mês de março, está agendada a paragem para manutenção das unidades da Biotek e da Caima para outubro.



(Notícia atualizada às 17:11 horas com "guidance" da Altri para o segundo trimestre).

 

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