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Lucros da Altri sobem 23% para 152 milhões em 2022
A produtora de pasta de papel ultrapassou no ano passado, pela primeira vez, os 1.000 milhões de euros em receitas. A alta dos preços nos mercados internacionais beneficiou o desempenho do grupo, que mantém a intenção de decidir sobre o investimento na Galiza este ano.
A Altri obteve em 2022 um resultado líquido de 152,1 milhões de euros, o que equivale a um aumento de 23% face aos lucros de 123,7 milhões apurados nas operações continuadas do ano anterior.
No comunicado de apresentação das contas do ano passado, a produtora de pasta de papel salienta que as receitas ultrapassaram pela primeira vez a fasquia dos 1.000 milhões de euros (1.066 milhões), ao crescerem 34,4% face aos 793,4 milhões apurados em 2021.
"O desempenho financeiro do grupo Altri foi influenciado pelo volume de produção de fibras, pela evolução das vendas, mas principalmente pela alta dos preços nos mercados internacionais", afirma.
De acordo com a Altri, a produção de fibras celulósicas aumentou 1,5%, alcançando um volume recorde de 1.142,6 mil toneladas em 2022.
Em termos de vendas, refere que a descida homóloga de 4% para 1.107,6 mil toneladas em 2022 "é explicada pela quebra homóloga de 9% registada no último trimestre do ano devido a algum abrandamento na procura", justifica.
Os mercados externos representaram 85% das vendas.
O EBITDA atingiu os 301,4 milhões de euros, mais 32,4% face a 2021, com a margem EBITDA a situar-se nos 28,3%, menos 0,4 pontos percentuais do que no período homólogo, "apesar da forte inflação dos diversos custos variáveis sentida durante o ano passado", faz notar.
O investimento líquido total realizado em 2022 foi de 45,3 milhões, um aumento de 73,5% comparativamente com o ano anterior, tendo a dívida líquida diminuído para 325,8 milhões de euros no final do ano passado, face aos 344 milhões no final de 2021. Desta forma, o rácio de dívida líquida/EBITDA foi de 1,1x, "o que permite ao grupo Altri aproveitar oportunidades futuras da bioeconomia", diz.
No comunicado, o CEO da Altri, José Soares de Pina, sublinha que o grupo continua totalmente empenhado "na avaliação de uma nova unidade industrial para a produção de fibras têxteis sustentáveis na Galiza, que inclui o estudo de impacto ambiental, de viabilidade económica, o projeto de engenharia, de estrutura de financiamento e de acesso a fundos da União Europeia".
"Este é um projeto estruturante para a indústria, quer ao nível da bioeconomia e da circularidade, quer ao nível da gestão energética, utilizando tecnologia de ponta", afirma, recordando que a intenção da Altri é anunciar a decisão final de investimento este ano.
Quanto às perspetivas para este ano, a Altri afirma que "após um 2022 extremamente desafiante a tentar minimizar o efeito de uma inflação generalizada dos custos variáveis, começámos a verificar alguma estabilização dos preços no quarto trimestre de 2022 e no início de 2023".
O grupo diz ainda que os principais fatores para o acréscimo relevante no custo de produção foram a evolução do preço do gás natural e eletricidade, o preço dos químicos e o custo da madeira, devido ao maior nível de importação e à evolução do dólar.
"Esperamos que a instalação de capacidade adicional de geração de energia elétrica, através de centrais fotovoltaicas nas três fábricas da Altri, inicie atividade nos próximos meses", adianta ainda no documento