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Juros dos periféricos afundam após bazuca de 750 mil milhões do BCE

Os juros da dívida soberana dos países da Zona Euro assume uma recuperação, depois de Christine Lagarde ter anunciado um pacote de 750 mil milhões de euros para estimular a economia local. Juros de Itália estão a cair mais de 70 pontos base.

EPA
19 de Março de 2020 às 11:54
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O mercado de obrigações na Zona Euro recuperou em força, na sessão desta quinta-feira, dia 19 de março, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter decidido abrir cordões à bolsa, com um programa de compra de ativos do setor público e privado, no valor de 750 mil milhões de euros, numa tentativa de estimular as economias bastante fustigadas pelo covid-19. 

Hoje, como reação a essa medida do BCE, os juros da dívida de Itália, com uma maturidade a dez anos, afundam 75,3 pontos base para os 1,668%, liderando esta recuperação europeia. Com quedas avolumadas estão também os juros das obrigações de Espanha (-49,2 pontos base) e os da dívida portuguesa, que caem 47,2 pontos base para os 0,960%. 

Este novo programa, chamado de Pandemic Emergency Purchase Programme (PEPP), estará em vigor até o final de 2020 e será terminado quando o conselho do BCE considerar que o período crítico da covid-19 tenha terminado, mas nunca antes do final deste ano, garante a instituição num comunicado. O montante anunciado pelo BCE é superior ao anunciado pela Reserva Federal dos Estados Unidos, que no passado domingo anunciou um total de 700 mil milhões de dólares, ou 642 mil milhões de euros.

"O Conselho de Governadores fará tudo o que for necessário dentro do seu mandato", assegura o comunicado desta noite da instituição liderada por Christine Lagarde, afirmando estar "plenamente preparado para aumentar a dimensão dos seus programas de compra de ativos e ajustar a respetiva composição, tanto quanto for necessário e pelo tempo que for necessário". O BCE compromete-se ainda a "explorar todas as opções e todas as contingências para apoiar a economia durante este choque".

O novo PEPP vai 
também incluir títulos gregos, que tinham ficado de fora nos programas anteriores de compra de ativos do banco central, uma vez que não possuíam credibilidade suficiente para investir após a crise da dívida soberana. Como reação a esta nova inclusão os juros helénicos a dez anos caem 47,17 pontos base para os 2,006%. 

Frederik Ducrozet, economista sénior da Pictet Wealth Management, disse à CNBC que "n
ão podíamos esperar mais por parte do BCE. A inclusão da Grécia foi a cereja no topo do bolo", acrescentando que "desde que a resposta fiscal continue a crescer, vai significar uma mudança quer para a economia, quer para os mercados da Zona Euro".

Christine Lagarde, líder do BCE, disse que "tempos extraordinários, requerem ações extraordinárias" e que o banco central estava "determinado para usar todo o seu potencial das suas ferramentas". 

Na semana passada, o BCE tinha já reforçado o programa de compra de ativos para 120 mil milhões, mas agora intensificou esse esforço, à semelhança de vários outros grandes bancos centrais em todo o mundo. Nessa altura, a resposta dada por Christine Lagarde, a líder da instituição, foi criticada pelos mercados, uma vez que consideraram o montante de apoio insuficiente, para além de que estariam a descontar já um corte na taxa de juro dos depósitos - algo que não se veio a verificar. 
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