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Investidores aplaudem estímulos do BCE e do Senado. Bolsas recuperam, petróleo dispara, juros aliviam
A Europa recebeu com agrado as medidas do Banco Central Europeu, e os mercados foram ainda agraciados com mais estímulos anunciados pelo governo norte-americano. O petróleo sai dos mínimos de 18 anos e os juros invertem a tendência de agravamento.
Os mercados em números
PSI-20 ganha 1,41% para os 3.693,31 pontos
Stoxx 600 avança 0,23% para os 280,31 pontos
Nikkei desceu 1,04% para os 16.552,83 pontos
Juros da dívida portuguesa a dez anos recuam 50,2 pontos base para os 0,931%
Euro desvaloriza 0,31% para os 1,0881 dólares
Petróleo em Londres ganha 6,67% para os 26,54 dólares por barril
Bolsas de volta ao verde com "mão amiga" do BCE e Senado
As principais bolsas europeias ganharam duas novas razões para sorrir, e o ânimo já se nota nos mercados. O Stoxx600, índice que agrega as 600 maiores cotadas da Europa, avança 0,23% para os 280,31 pontos, mas os ganhos são menos tímidos em algumas praças. Em Espanha e na Holanda as subidas nos índices de referência são superiores a 2% e em França superam mesmo os 3%.
O lisboeta PSI-20 ganha 1,41% para os 3.693,31 pontos, impulsionado sobretudo pelos desempenhos da retalhista Jerónimo Martins e da petrolífera Galp.
A motivar a recuperação generalizada está o anúncio feito ontem à noite pelo Banco Central Europeu, que vai avançar com um programa adicional de compra de ativos (públicos e privados), no valor de 750 mil milhões de euros, destinado a estimular as economias bastante castigadas pela covid-19.
Também já depois do fecho das bolsas do outro lado do Atlântico foi anunciada a luz verde dada pelo Senado ao novo pacote orçamental (no valor de 850 mil milhões de dólares) solicitado pela Administração Trump para fazer face aos efeitos económicos da covid-19.
Juros respiram com BCE
Os juros da dívida, que nos países do sul – Portugal, Espanha e Itália – têm subido a pique e consecutivamente, inverteram a trajetória ao cruzar-se com o programa de compra de ativos lançado pelo BCE, que se estende a ativos públicos.
No caso da dívida portuguesa a 10 anos, o alívio nos juros é de 50,2 pontos base para os 0,931%, depois de na última sessão terem subido 17 pontos base e fechado a negociar nos 1,432%.
Em Itália, o alívio para as obrigações com uma década de maturidade é de 82,5 pontos base para os 1,597% e, em Espanha, a quebra é de 8,2 pontos base para os 0,327%.
Dólar mantém a ribalta
O dólar está a prolongar os ganhos que tem reunido ao longo das últimas sessões, com os investidores à procura de refúgio nesta que é a divisa mais líquida. A moeda única europeia, o euro, perde 0,31% para os 1,0881 dólares.
Bazuca de estímulos deixa petróleo disparar
O barril de Brent, segue a somar 6,67% para os 26,54 dólares e o "irmão" de Nova Iorque, o West Texas Intermediate, está a avançar 12,62% para os 22,94 dólares.
Esta madrugada, as cotações do WTI chegaram a disparar 17% e as do Brent 8%, contrariando as pesadas quebras da última sessão, na qual o "ouro negro", do lado de lá do oceano, desceu a mínimos de 18 anos. Em Londres, o mínimo foi de 2003, o ano em que se uma epidemia semelhante à de covid-19 – a de SARS – surgiu na China.
A impulsionar o desempenho da matéria-prima estão os renovados esforços para enfrentar os efeitos económicos do coronavírus, encabeçados pelo anúncio do novo pacote de estímulos do BCE. Paralelamente, o conselheiro para assuntos económicos da Casa Branca, Larry Kudlow, avançou a hipótese de o governo norte-americano adquirir participações em empresas como forma de as auxiliar.
Ouro perdeu em sete das últimas oito sessões
O metal precioso está a descer 0,38% para os 1.480,37 dólares por onça, numa altura em que, das últimas oito sessões, valorizou em apenas uma, a desta terça-feira. Os preços do ouro já chegaram a recuar mais de 1% esta quinta-feira uma vez que os investidores continuam a procurar liquidez através da venda deste metal.