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JD.com arrecada 3,9 mil milhões no segundo maior IPO do ano

A segunda maior retalhista chinesa prepara-se para fazer uma segunda listagem em Hong Kong, mesmo estando a cotar também no Nasdaq. Esta tendência está a aumentar após as restrições americanas levantadas às empresas chinesas em Wall Street.

Em primeiro lugar pelo segundo ano consecutivo está Hong Kong. Na cidade uma chavena de café pode custar mais de seis euros.
11 de Junho de 2020 às 12:25
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A JD.com, número dois do retalho na China, levantou 3,9 mil milhões de dólares (o equivalente a 30,1 mil milhões de dólares de Hong Kong) para se listar em Hong Kong, o que significa que este é o segundo maior IPO (oferta pública incial) do presente ano.

A empresa vendeu 133 milhões de novas ações a um preço de aproximadamente 29 dólares norte-americanos, segundo a Bloomberg. Este montante representa um desconto de 3,9% face ao fecho da sessão de ontem no Nasdaq dos Estados Unidos.

Agora, a cotada de Pequim começa a cotar no índice de referência de Hong Kong a 18 de junho, que coincide com a data de apresentação dos resultados referentes ao número de vendas online este ano, que se espera que sejam as maiores de sempre. 

Este IPO da JD.com, de 3,9 mil milhões de dólares, é apenas superado pela quantia que a chinesa High Speed Rilway arrecadou em janeiro deste ano: 4,3 mil milhões de dólares.  

Entradas em Hong Kong aceleram
A entrada de empresas chineses na praça de Hong Kong tem sido uma tendência regular nos últimos meses, depois de os Estados Unidos terem apertado as restrições às empresas de Pequim cotadas em Washington. 

A gigante chinesa NetEase, dedicada ao "gaming" online, começou a cotar em Hong Kong na passada quinta-feira. Assim que o cerco apertou para as cotadas chinesas em Wall Street, o CEO da NetErase enviou uma carta aos acionistas a avisar estar a "preparar uma dupla listagem na bolsa de Hong Kong, trazendo a nossa marca já estabelecida de volta para a China", acrescentando que "o regresso a um mercado mais próximo das nossas raízes aumentará ainda mais a paixão das pessoas pelos nossos negócios". 

Para além desta empresa de "gaming", muitas outras têm olhado para Hong Kong como uma boa alternativa ao cada vez mais restrito mercado norte-americano, e aumentando assim a influência num território que tem sido palco de revolta popular devido, precisamente, à perda de independência e liberdade para o Partido Comunista chinês. 

O episódio mais recente está relacionado com a aprovação da lei de segurança nacional de Hong Kong, pela Assembleia Popular Nacional (APN), órgão máximo legislativo da China. 

 

A lei proíbe "qualquer ato de traição, separação, rebelião, subversão contra o Governo Popular Central, roubo de segredos de Estado, a organização de atividades em Hong Kong por parte de organizações políticas estrangeiras e o estabelecimento de laços com organizações políticas estrangeiras por parte de organizações políticas de Hong Kong".

Agora, outras empresas chinesas pretendem alargar a sua influência na região semiautónoma. Caso disso são a ByteDance, dona da TikTok, ou a Alibaba, que aumentaram os seus escritórios no país.


Guerra acesa entre EUA e China

O Senado dos EUA aprovou um projeto de lei que obriga todas as empresas chinesas cotadas em ambos os índices a regerem-se pelas mesmas regras de transparência contabilística do que as congéneres norte-americanas durante, pelo menos, três anos consecutivos.

Caso este projeto de lei, chamado "Holding Foreign Companies Accountable Act", seja aprovado pela Câmara dos Representantes, e depois pelo Presidente Donald Trump, todas as empresas oriundas da China têm de cumprir a chamada lei Sarbanes-Oxley. Criada em 2002, após os escândalos financeiros protagonizados pela Enron e pela WorldCom, entre outras, esta legislação obriga as empresas a seguirem um mecanismo de auditoria para evitar novas fraudes. A lei é destinada não apenas às empresas americanas, mas também a empresas e subsidiárias estrangeiras listadas no país.

Para além disso, a norte-americana Nasdaq Inc está a preparar-se para lançar uma série de restrições que vão tornar mais complexas as novas entradas em bolsa no tecnológico Nasdaq Composite, o que pode dificultar a entrada de novas empresas chinesas, segundo a Reuters. 
A maior restrição que será implementada a qualquer empresa, chinesa ou não, que queira cotar no índice gerido pela Nasdaq, será um limite mínimo de 25 milhões de dólares levantados no IPO ou, como alternativa, um quarto da sua capitalização de mercado. Esta é a primeira vez na história que a empresa impõe um limite mínimo de entrada.

Segundo os cálculos do Negócios, excluir todas as empresas chinesas de Wall Street significaria uma perda de 1,8 biliões de dólares de capitalização bolsista nos EUA, o que representa 5% dos 36,4 biliões de dólares do valor agregado do Nasdaq Composite e do New York Stock Exchange (NYSE). 
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