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Nasdaq aperta exigências para novos IPO e abre novo capítulo na guerra com a China

A empresa que gere dois dos índices de referência de Wall Street vai anunciar restrições para novas entradas em bolsa. Cada empresa terá de ser capaz de levantar pelo menos 25 milhões de dólares no IPO. A China poderá ser um dos países mais afetados.

Reuters
19 de Maio de 2020 às 12:29
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A norte-americana Nasdaq Inc está a preparar-se para lançar uma série de restrições que vão tornar mais complexas as novas entradas em bolsa no tecnológico Nasdaq Composite, o que pode dificultar a entrada de novas empresas chinesas, segundo a Reuters. 

A maior restrição que será implementada a qualquer empresa, chinesa ou não, que queira cotar no índice gerido pela Nasdaq, será um limite mínimo de 25 milhões de dólares levantados no IPO ou, como alternativa, um quarto da sua capitalização de mercado. Esta é a primeira vez na história que a empresa impõe um limite mínimo de entrada.

Esta medida pode vir a impactar principalmente as várias cotadas chinesas de pequena e média dimensão que pretendam passar a cotar em bolsa nos Estados Unidos. Segundo os dados da Refinitiv, das 155 empresas chinesas que entraram no Nasdaq desde o ano de 2000, 40 foram precedidas por IPO inferiores a 25 milhões de dólares. 

Para além deste limite mínimo, a Nasdaq vai obrigar as empresas que se queiram juntar ao índice tecnológico dos Estados Unidos a contratarem um consultor especial familiarizado com os níveis de transparência exigidos pelas empresas públicas do país.

Segundo a agência de notícias, a Nasdaq não citou quais as empresas chinesas que podem estar a ser ameaçadas, mas adiantou que esta medida é uma resposta aos receios sobre a falta de transparência de alguns IPO (Initial Public Offering, ou Oferta Pública Inicial - em português) de empresas chinesas e que têm acesso à informação interna dos reguladores norte-americanos.

Isto depois de no mês passado, a chinesa Luckin Coffe, rival da Starbucks que se estreou em bolsa no início de 2019, ter anunciado que uma investigação interna revelou que o seu COO ("Chief Operating Officer") e outros empregados da cotada estavam a combinar alguns acordos mediante determinadas vendas da empresa. A investigação mostrou ainda que a empresa falseou cerca de 310 milhões de dólares em vendas.

Num momento de crescente tensão entre os Estados Unidos e a China sobre questões comerciais, de tecnologia e com as recentes acusações da fabricação do novo coronavírus em laboratório, as novas restrições da Nasdaq aos IPO chineses representam o mais recente capítulo nesta relação entre as duas maiores economias do mundo.
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