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IGCP "alinha" juros dos certificados com taxas dos depósitos

Cristina Casalinho antecipa a descida do peso dos produtos de poupança comercializados junto dos pequenos investidores no financiamento do Estado em 2015 devido ao corte a aplicar nas taxas a partir de Fevereiro.

Miguel Baltazar/Negócios
27 de Janeiro de 2015 às 10:32
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A presidente do IGCP assegurou que a remuneração dos certificados de aforro e do tesouro vai baixar para "valores mais próximos da Euribor e da taxa de depósitos". Os novos valores para quem subscrever estes instrumentos a partir de Fevereiro irão ser anunciados esta semana, mas Cristina Casalinho admitiu já que o corte levará a uma descida do peso destes produtos no financiamento do Estado.

 

"Quando as taxas foram alteradas, foi para serem alinhadas com os substitutos próximos. A ideia é manter esse objectivo e, de alguma forma, alinhar estes dois produtos com substitutos próximos. Quando foram alteradas, as taxas estavam bastante próximas da Euribor a 12 meses e hoje em dia estão com valores bastante mais altos", explicou Cristina Casalinho ao "Diário Económico".

 

A remuneração bruta dos certificados de aforro subscritos em Janeiro é de 3,069%, enquanto os certificados do Tesouro Poupança Mais subscritos até ao final deste mês oferecem um juro crescente, de 2,75% a 5% no quinto ano da aplicação. Antecipando o corte das taxas destes instrumentos a partir do próximo mês – nos depósitos, para aplicações até um ano, está em 1,34% e a Euribor a 12 meses em 0,275% –, neste primeiro mês do ano tem havido um "valor significativo" de subscrições.

 

As famílias portuguesas nunca aplicaram tanto dinheiro nos certificados como o estão a fazer este mês. Investiram já mais de 750 milhões de euros, sendo que dois terços deste montante foi subscrito na última semana e meia, desde que o Governo revelou que vai baixar a remuneração oferecida nestes produtos de poupança a partir de Fevereiro. 

 

No entanto, lembrou Cristina Casalinho na mesma entrevista, apesar do mês positivo, os valores das subscrições "ainda não [atinge] um valor próximo" da meta traçada pelo Governo para 2015: captar 2,5 mil milhões de euros através destes instrumentos de financiamento direccionado para o retalho, ou seja, metade do valor obtido no ano passado.

 

"Menos ambiciosos que a Irlanda"

 

Sobre o pagamento antecipado do empréstimo ao FMI, anunciado pela ministra das Finanças no Parlamento a 21 de Janeiro, a economista que preside à Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública reafirmou que Portugal "tem de ser menos ambicioso que a Irlanda" nesse pagamento, uma vez que "as condições de que eles desfrutam não são comparáveis" com as portuguesas. Para seguir a estratégia da Irlanda e evitar um agravamento do "spread" desses empréstimos, o País teria de amortizar antecipadamente 22 mil milhões de euros.

 

Três dias antes do anúncio de Maria Luís Albuquerque, Cristina Casalinho tinha dito já que "o incentivo [para Portugal devolver antecipadamente o dinheiro pedido ao FMI] não é tão óbvio [como foi para a Irlanda]", uma vez que "as vantagens ainda não são tão materiais ou substantivas". Entretanto, o chefe de missão do FMI para Portugal já assinalou que este tipo de pagamentos antecipados são normais e não têm associados quaisquer custos ou condições, deixando antever que não haverá obstáculos em Washington.

 

Já a Comissão Europeia considerou que a intenção de Portugal de antecipar o pagamento ao FMI é "um bom sinal", mas alertou igualmente que a operação está dependente do acordo dos restantes Estados-membros. Questionada sobre qual o prazo adequado para fazer esse pedido formal em Bruxelas, Cristina Casalinho respondeu que "não há ‘timings’ ideais". "Os investidores até dizem que não gostam que se faça um ‘timing’ demasiado perfeito porque entendem que é um bocado ambicioso por parte dos emitentes", detalhou.

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