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Filho de Sousa Cintra confiante na absolvição em tribunal
Miguel Cintra, o filho do empresário Sousa Cintra, arguido no primeiro julgamento de abuso de informação privilegiada em Portugal na compra e venda de acções da Vidago, mostrou-se confiante na justiça e na sua absolvição.
À saída da audição das alegações finais da Acusação e Defesa, Miguel Cintra referiu que, «se for feita justiça, vou ser absolvido».
«O meu sobrenome prejudica-me», destacou Miguel Cintra, filho do ex-presidente do Sporting Clube de Portugal (SCP) e dono das cervejas com o mesmo nome, acusado de ter tido informação privilegiada veiculada pelo seu pai sobre as negociações da venda da companhia de águas Vidago à Jerónimo Martins [JMAR].
O arguido comprou acções da Vidago entre Julho e Outubro de 1996 e realizou mais valias bolsistas de 4,37 milhões de euros, com a alienação desses títulos em Novembro desse ano.
Miguel Cintra invocou que desconhecia as negociações para a venda e foi adquirindo accções na Vidago para ganhar mais poder dentro da companhia, uma vez que o seu pai não lho permitia.
Miguel Cintra argumentou ainda que «não se deve condenar com base em suposições», acrescentando que «até pedi à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) quantas acções poderia comprar».
Neste momento, Miguel Cintra revelou estar a perder em Bolsa cerca de 170 mil contos (850 mil euros) «e agora ninguém me diz nada».
A sentença do primeiro crime de «insider trading» em Portugal será lida a 25 de Julho.