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Evergrande pode vender unidade de gestão de propriedades por 5 mil milhões
Gigante do imobiliário estará a preparar a venda de 51% da empresa de gestão de propriedades à Hopson Development, avança a imprensa chinesa. Valor pode superar os 5 mil milhões de dólares.
A Hopson deverá comprar 51% da participação do Evergrande, de acordo com o jornal chinês Global Times, numa altura em que a empresa procura liquidez para resolver os sérios problemas de endividamento, após ter falhado em pagar aos seus credores por duas vezes consecutivas. A última, aconteceu na semana passada.
Pequim já fez notar que não irá salvar o Evergrande de um eventual desaparecimento, mas tem estado empenhada em conter os danos que pode advir desta hipótese. E esta proposta da Hopson surge na sequência de uma "task force" do governo chinês que tem reunido com grandes empresas estatais do mesmo setor numa tentativa de arranjar compradores para alguns dos seus ativos, diz a Reuters.
A empresa tem falhado em cumprir as suas responsabilidades junto dos credores e entrará em "default" se o atraso superar os 30 dias. O Evergrande falhou o pagamento de cupões no valor de 83,5 milhões de dólares e tem uma dívida de 305 mil milhões de dólares. Na semana passada, o grupo comunicou a venda de 19,93% das ações do banco comercial Shengjing Bank a um conglomerado estatal, por 9.993 milhões de yuans (1.322 milhões de euros).
Para a agência de notação financeira S&P, esta venda foi o primeiro passo para resolver a crise de liquidez do grupo imobiliário. Ainda assim, a agência adianta que ainda prevê "uma elevada probabilidade de ‘default’".
O mercado imobiliário representa 29% do PIB chinês (incluindo empresas relacionadas), sendo o principal motor da economia do país. Ou seja, esta indústria tem um peso desproporcional na atividade económica chinesa, muito superior ao seu peso noutras economias. Em resultado, nos últimos 15 anos, os preços das casas dispararam mais de 10% por ano nas grandes cidades e os custos de habitação, em relação ao rendimento, fazem das grandes cidades chinesas alguns dos lugares menos acessíveis do mundo.