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Euronext lança índices de temperatura em Portugal (act.)

A Euronext vai criar quatro índices sobre a temperatura das cidades do Porto, Faro e Lisboa e ainda um indicador para medir a temperatura nacional.

08 de Julho de 2003 às 12:47
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A Euronext vai criar quatro índices sobre a temperatura das cidades do Porto, Faro e Lisboa e ainda um indicador para medir a temperatura nacional.

A criação destes indicadores servirá para o lançamento de derivados que terão como subjacente as condições climatéricas. Em Janeiro de 2002, a Euronext e o Météo France criaram o NextWeather, um conjunto de índices de temperatura.

No território nacional serão calculados quatro índices «em virtude da diversidade climática».

Segundo explicou fonte da bolsa ao Negocios.pt, «estes índices de temperatura foram criados há cerca de três meses e estão a cotar, ainda sem derivados, para que as pessoas se habituem».

A negociação dos derivados que vierem a ser lançados será feita através da Liffe que já tem cotados produtos idênticos sobre outros índices.

Em Portugal, a mediação deverá ser feita através de uma parceria com o Instituto Nacional de Meteorologia.

A primeira transacção envolvendo derivados climáticos ocorreu em 1997. Nos Estados Unidos (EUA) estima-se que mais de 20% do produto interno bruto (PIB), ou 2.000 mil milhões de dólares, sejam «sensíveis às variações climáticas».

Na Bélgica e nos Países-Baixos serão criados dois índices.

Segundo uma apresentação da Euronext, «a temperatura é o meio mais usado para se fazer a cobertura do risco ligado ao tempo».

Os sectores da energia, do retalho, do lazer, da construção, das bebidas e alimentação e o dos transportes são os mais afectados pelos riscos das alterações climáticas.

O valor de um índice é baseado no agregado da temperatura média diária no decorrer de um trimestre.

A cobertura do risco climático é feita com recurso aos derivados, sendo possível negociar opções de compra («call»), opções de venda («put»), contratos futuros e de «swaps» que irão ter como subjacente índices da NextWeather.

A maior parte destes contractos tem mecanismos de limitação da exposição financeira, como os «caps», os «floors» ou ainda os «collars».

Eléctricas são as que mais beneficiam deste produtos

A Standard & Poor"s (S&P) diz as eléctricas são as que mais vão beneficiar destes produtos já que, permitem a cobertura de riscos que não estão ao alcance do sistema de integração vertical de geração e fornecimento de electricidade.

«As eléctricas podem cobrir o risco através da produção daquela energia que estimam poder vir a vender mas, este tipo de protecção é muito limitado», segundo a agência de notação.

A S&P avança ainda que as eléctricas que só se dedicam à geração ou as que comercializam mas que não tem contratos vinculados, estão expostas a um risco ainda maior.

«Mas o risco poderá ficar mitigado através de «swaps de temperatura», alertando também para o efeito de volatilidade induzido pelo impacto das condições climatéricas sobre o preço dos combustíveis.

A S&P exemplifica o caso de uma estação demasiado seca, o que poderá ter efeitos nocivos para as centrais de produção hidroeléctrica, mas que poderá ser benéfico para uma empresa de energia solar.

Esta última, por exemplo, através de «swap», poderá passar as receitas em excesso para a contraparte, a central de produção hidroeléctrica.

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