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Decisão do BCE leva banca grega a afundar mais de 22%

A bolsa de Atenas desvaloriza mais de 10%, pressionada sobretudo pelas cotadas do sector financeiro, que negoceiam com fortes quedas, depois de o BCE ter anunciado que vai deixar de aceitar dívida grega como colateral para o financiamento dos bancos do país.

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05 de Fevereiro de 2015 às 09:14
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O Banco Central Europeu (BCE) anunciou, esta quarta-feira, que vai deixar de aceitar dívida pública grega como colateral para o financiamento dos bancos europeus. E os efeitos no mercado não tardaram.

 

Esta quinta-feira, 5 de Fevereiro, o índice que reúne os bancos do país afunda 22,55%, a reflectir a decisão da autoridade monetária da Zona Euro. As maiores descidas são protagonizadas pelo Piraeus Bank, que cai 27,02%, e pelo National Bank of Greece, que perde 26,15%. Já o Alpha Bank recua 17,54% e o Eurobank Ergasias desvaloriza 17,58%.  

 

A bolsa de Atenas afunda 10,39%, depois de ter iniciado a sessão com uma queda de 8,3%. Este desempenho acontece depois de uma série de três sessões consecutivas de ganhos, em que o índice acumulou uma valorização de 17% - a subida mais expressiva, em três dias, desde 1991.

 

Os bancos gregos, que têm estado sob os holofotes dos mercados desde as eleições que deram a vitória ao Syriza, atingiram mínimos na semana passada, tendo perdido 8,6 mil milhões de euros em valor de mercado em apenas três dias – de 26 a 28 de Janeiro. Desde esse dia que tinham vindo a recuperar, impulsionando o principal índice da bolsa de Atenas para o valor mais alto deste ano.

 

No entanto, a decisão do BCE vem restringir o acesso às linhas directas de crédito da autoridade monetária europeia, ou seja, os bancos deixam de poder usar dívida grega como colateral.

 

Esta decisão afecta todos os bancos do euro, mas é sobretudo penalizadora para os bancos gregos, pois são estes que têm mais dívida grega em carteira e os que se apresentam com maiores restrições de liquidez, devido à saída de fundos do sistema financeiro e aos receios gerados com as eleições que resultaram na vitória do Syriza.

 

Segundo o comunicado publicado quarta-feira, a decisão do BCE (tomada na reunião quinzenal do banco central) justifica-se com "o facto de já não ser possível assumir uma conclusão bem sucedida da avaliação do programa [grego]". O BCE argumenta ainda que esta suspensão está em linha com as regras europeias, pois o banco central não está autorizado a aceitar dívida pública com "rating" de "lixo" como colateral nos financiamentos que concede aos bancos da Zona Euro.

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