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Peter Praet: "As condições de acesso à liquidez do BCE são claras"
Depois da decisão do banco central de deixar de aceitar dívida grega como garantia, o membro da comissão executiva Peter Praet sublinhou que se as condições de acesso ao financiamento "não estiverem mais reunidas, o BCE deve tirar as suas conclusões".
As regras de acesso ao Banco Central Europeu (BCE) são claras e são para cumprir. Esta foi a mensagem transmitida à Grécia por Peter Praet, membro da comissão executiva da autoridade monetária.
"As condições de acesso à liquidez do BCE são claras e estão publicadas no site do BCE, acessíveis a todos", disse o responsável alemão do BCE em entrevista ao jornal francês Les Echos esta quinta-feira, 5 de Fevereiro.
"Nós somos transparentes nas nossas regras. Se as condições de acesso não estiverem mais reunidas, o BCE deve tirar as suas conclusões", afirmou.
As declarações de Peter Praet surgem depois da decisão do BCE de deixar de aceitar a dívida pública grega como colateral. Os bancos gregos deixam de poder a dívida do país como garantia, o que restringe o seu acesso directo às linhas de crédito.
O ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis, esteve na quarta-feira na sede do BCE em Frankfurt para se reunir com Mario Draghi. Questionado sobre as propostas de Atenas, Peter Praet sublinhou que não cabe ao BCE aprovar medidas e que limita-se a agir dentro do senu mandato.
"O BCE não faz parte das discussões entre a Grécia e os seus credores. Nós detemos obrigações do Estado grego, compradas no mercado secundário, para melhorar a transmissão das nossas decisões de política monetária", disse.
"Mas a posição do BCE é clara: o tratado proíbe-nos de tomar qualquer decisão que venha a financiar um Estado pela política monetária", declarou o responsável.
Em relação ao papel do banco central no seio da troika, Peter Praet sublinhou que o BCE ficou debaixo dos holofotes desde que aceitou este papel.
"O BCE assumiu um papel que causou uma forte pressão na instituição. Nós temos a responsabilidade de fazer com que a nossa política monetária possa funcionar. Foi a resposta a uma carência, a Europa não estava dotada de instituições apropriadas. Mas isso não significa que nós estamos satisfeitos com a situação actual", afirmou.