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DBRS: Margens dos bancos vão continuar sob pressão em 2022 sem subida de juros
A agência de rating está mais otimista para o setor da banca na Europa, mas reconhece desafios associados ao ambiente de baixas taxas de juro que vai prevalecer na região.
A DBRS está mais otimistas para os bancos europeus em 2022. A agência de "rating" nota que os resultados aumentaram em 2021 e não houve uma deterioração da qualidade dos ativos. Apesar das perspetivas mais animadoras, a DBRS avisa que, sem subida de juros na zona euro, as margens dos bancos vão continuar pressionadas.
"A pressão nas margens NIM (margem de juros líquida) vai continuar em 2022", refere a agência de rating, acrescentando que o Banco de Inglaterra e o Banco da Noruega aumentaram as suas taxas de juro, mas uma decisão semelhante por parte do Banco Central Europeu (BCE) é pouco provável em 2022, apesar da inflação ter chegado a 4,9% na zona euro, em novembro.
Dito isto, a DBRS realça que "está menos pessimista" para os bancos do que há um ano, o que é justificado pelo facto os "ratings" estarem estáveis na região.
"Os bancos europeus estão geralmente em melhor forma do que estavam há um ano. Os resultados líquidos melhoraram em 2021, em grande parte graças a menores provisões para perdas com empréstimos e fortes receitas dos mercados de capitais, reforçando posições de capital já robustas; enquanto isso, a liquidez permanece ampla", escreve a agência.
Por outro lado, "os bancos europeus não sofreram deterioração na qualidade dos ativos em 2021, o que atribuímos em grande parte às significativas medidas de apoio do governo que permaneceram em vigor durante a maior parte do ano".
Quanto a 2022, a pressão nas margens financeiras, devido aos juros baixos, vai forçar o setor a continuar focado em iniciativas adicionais de cortes de custo. Por outro lado, a DBRS alerta que a forte dinâmica dos mercados de capitais, que suportou as receitas no ano passado, e a reversão de provisões, não se deverão repetir na mesma dimensão de 2021.