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China abre ainda mais o sector financeiro a investidores estrangeiros

Os limites ao investimento estrangeiro vão ser reduzidos ou, mesmo, eliminados em empresas ligadas à banca comercial, banca de investimento, gestão de activos e seguros.

Bloomberg
10 de Novembro de 2017 às 12:42
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Os investidores estrangeiros que pretendam entrar no sector financeiro chinês passam a poder deter a maioria do capital dos veículos e investimentos visados no âmbito de investimentos em joint-venture, passando do limite anterior de 49% para os 51%. 

Esta é uma das medidas anunciadas esta sexta-feira, 10 de Novembro, pelo vice-ministro das Finanças, Zhu Guangyao, um dia depois de Donald Trump, de visita à China, ter pedido que fossem desenvolvidos esforços nesse sentido. As alterações abrangem a participação de estrangeiros nos mercados de futuros, valores mobiliários e fundos e entram de imediato em vigor.

Além disso, segundo o vice-ministro, a China está a "desenhar um calendário e um processo para a reforma e abertura do sector financeiro", abrindo assim caminho para um mercado avaliado em biliões de dólares.

"A maior abertura do sector dos serviços financeiros estava de facto no topo das nossas prioridades. (...) É um passo na direcção certa," afirmou à Reuters o presidente da Câmara de Comércio dos EUA em Xangai, Ken Jarrett, alertando no entanto que é necessário analisar a decisão do governo de Pequim em detalhe.

O presidente norte-americano voltou ontem a considerar desequilibrada a posição comercial entre as duas maiores economias do mundo, contabilizando em 300 mil milhões de dólares por ano os prejuízos para as empresas dos EUA gerados pela dificuldade de acesso ao mercado chinês. 

 

As medidas com que o regime comunista chinês se compromete hoje vão permitir que empresas de outros países sejam, em poucos anos, accionistas maioritários de bancos, seguradoras ou companhias de gestão de valores mobiliários, fundos e futuros. O Governo vai abolir o actual limite máximo de 20% na compra de acções de bancos ou gestores de fundos para accionistas individuais de outros países (e também a quota máxima de 25% para o conjunto de accionistas estrangeiros em uma dessas entidades financeiras).


"É um passo muito importante, com grandes implicações simbólicas", disse ao Financial Times o economista-chefe do Mizuho Securities Asia, acrescentando que este é um sinal de que o governo chinês está realmente empenhado numa maior abertura para a economia do país.


Nesta primeira fase o limite de propriedade estrangeira em gestores de valores mobiliários, fundos e futuros da China passará dos actuais 49% para 51%, permitindo que empresas de outros países tenham participação maioritária mas a intenção é que em três anos, chegue a 100%.


A China permitirá ainda que 51% das seguradoras do ramo vida sejam de propriedade estrangeira em três anos, e em cinco anos essa percentagem pode atingir os 100%.


Segundo o vice-ministro, a abertura do sector financeiro, muito aguardada por economias como as dos Estados Unidos e da União Europeia, foi apresentada pelo governo chinês ao presidente norte-americano, Donald Trump, durante o encontro entre os dois líderes, ontem em Pequim.


A Reuters lembra que as medidas estão de acordo com o que foi prometido pelo presidente da China, Xi Jinping, no 19~.º Congresso do Partido Comunista chinês, realizado recentemente, em que o líder anunciou que "a porta da abertura económica não seria fechada, mas abriria muito mais".


O vice-ministro Zhu também anunciou uma redução gradual das tarifas de importação de automóveis e ressaltou que na visita de Trump, em contrapartida, a China pediu um relaxamento do controle das exportações de produtos americanos de alta tecnologia para esse mercado asiático.


"São compromissos da China, na sua condição de importante membro da Organização Mundial do Comércio, e mostram os esforços do país para impulsionar o livre comércio no mundo", afirmou Zhu Guangyao.

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