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Bolsa vive melhor ano desde 2017 mas falha escalada global

O PSI-20 subiu mais de 10% em 2019, um desempenho que ficou, porém, muito aquém dos ganhos registados pelas principais praças mundiais.

31 de Dezembro de 2019 às 14:00
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2019 foi um ano positivo para a bolsa portuguesa. O PSI-20 encerrou o ano com uma valorização superior a 10%, com o índice a regressar aos ganhos após o desaire registado em 2018. Em 2017 o PSI-20 tinha subido mais de 15%. A escalada das ações da Jerónimo Martins e do grupo EDP patrocinaram a recuperação da bolsa lisboeta, num ano em que apenas seis ações fecham 2019 com sinal vermelho.

A bolsa de Lisboa registou uma valorização de 10,27% em 2019, um desempenho positivo que acompanhou o movimento de subida registado pelas ações a nível global. Trata-se de um regresso aos ganhos, após a queda de 12,19% que marcou o ano anterior. No entanto, o comportamento do PSI-20 fica bastante aquém do registado pelas restantes bolsas mundiais.

Os principais índices europeus e americanos fecharam 2019 com subidas superiores a 20%, com praças como a grega ou a russa a escalarem mais de 40%. O anúncio de novas medidas de estímulo por parte das autoridades monetárias e a trégua comercial entre os EUA e a China, bem como o desanuviamento de outras tensões políticas suportaram a recuperação dos mercados financeiros mundiais.

Jerónimo e EDP deram brilho

Em Lisboa, a estrela foi a Jerónimo Martins. A retalhista fecha 2019 com um disparo de 41,83% e foi a principal responsável pela subida do índice PSI-20. A robustez da atividade na Polónia e a as boas perspetivas para a evolução do negócio da retalhista levaram vários bancos de investimento a melhorar a avaliação e a colocar a companhia na lista de apostas para investir no setor na Europa.

Outro dos destaques do ano é o grupo EDP. EDP e EDP Renováveis fecham 2019 em alta. A empresa de energias renováveis foi a segunda empresa que mais subiu – ganhou 35,05% - e tem vindo a renovar sucessivos máximos históricos. Já a elétrica valorizou 26,73%, animada pela venda de barragens e pela melhoria de "target" por parte dos analistas.

A Corticeira Amorim também de evidenciou. A companhia liderada por António Rios Amorim disparou 25,56%, depois de no ano passado ter recuado 12,6%.

BCP trava maiores ganhos

A impedir uma valorização mais expressiva da bolsa lisboeta esteve, porém, a descida do BCP. O banco liderado por Miguel Maya desceu 11,63% e contrariou a subida registada pelo setor na Europa.

Apesar de o banco ter conseguido regressar aos lucros, permanecem algumas dúvidas em relação à capacidade do banco manter o ritmo de crescimento dos resultados. Miguel Maya, CEO do banco, admitiu que 2019 "é um ano mais difícil do que aquele que tínhamos perspetivado quando fizemos o orçamento".

O regresso da política monetária a um ritmo mais expansionista, com o BCE a reduzir a taxa dos depósitos para níveis ainda mais negativos e a perspetivar-se a manutenção de juros mínimos por um período mais longo, e o anúncio de uma multa de 60 milhões de euros da Autoridade da Concorrência (AdC) constituirão um revés nos planos do BCP para 2019.

"Ainda que se aguarde pelo resultado dos recursos submetidos aos tribunais, estimamos que a multa de 60 milhões de euros poderá ter um impacto negativo de 13 pontos base no rácio CET1 do BCP e um impacto negativo de 16% sobre a nossa estimativa para o lucro ajustado do banco no exercício de 2019", avançou o CaixaBank BPI, numa nota de research publicada após ser conhecida a decisão da AdC.

A impedir uma subida mais acentuada da bolsa no ano esteve ainda a queda da Nos. A operadora liderada por Rodrigo Costa baixou mais de 9%. Ainda assim, a descida mais pronunciada do ano foi protagonizada pela Pharol: caiu 38,97%.

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