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Jerónimo Martins foi a estrela na bolsa: disparou 42%
A retalhista portuguesa brilhou, fechando o ano com uma valorização de cerca de 43%. É o melhor ano desde 2015.
A Jerónimo Martins foi a estrela da bolsa portuguesa em 2019. A companhia disparou perto de 42%, o melhor desempenho da praça lisboeta e um dos melhores do setor na Europa. O crescimento robusto das vendas, sobretudo na Polónia, e o adiamento da entrada em vigor de um novo imposto sobre o setor na Polónia ajudaram a sustentar o otimismo em torno das ações da companhia liderada por Pedro Soares dos Santos.
A retalhista subiu 41,83% em 2019, o melhor desempenho desde 2015 e que superou a valorização registada pelo índice do setor na Europa (33%) e ficou em 11.º lugar numa lista de 30 empresas. Depois de ter encerrado 2018 com uma desvalorização de 36,15%, devido à divulgação de resultados abaixo das expectativas, a companhia reconquistou a confiança dos investidores em 2019, com o reporte de números sólidos.
Os lucros da empresa aumentaram 3,5% para 302 milhões de euros, nos primeiros nove meses deste ano. Já as vendas aumentaram 6,7% para os 13,7 mil milhões de euros e o EBITDA cresceu igualmente 6,7%, para 757 milhões de euros.
A atividade na Polónia, onde detém a Biedronka, continua a ser o principal motor de crescimento de resultados da companhia, ao mesmo tempo que está a acelerar a consolidação do negócio na Colômbia. As vendas da Biedronka, nos primeiros nove meses do ano, ascenderam a 9.236 milhões de euros, um crescimento de 7%.
Vários bancos de investimento reviram em alta, nos últimos meses, a avaliação para as ações da Jerónimo Martins. A empresa é uma das apostas do CaixaBank/BPI para investir na Ibéria e o Goldman Sachs refere a empresa como uma das "melhores do setor".
Adiamento de imposto na Polónia ajuda
Além dos bons resultados apresentados pela companhia, a Jerónimo Martins beneficiou com uma decisão sobre a aplicação de um novo imposto sobre o retalho na Polónia, um fator que vinha a causar alguma incerteza no mercado.
O governo polaco decidiu, em novembro, suspender a aplicação do novo imposto sobre as retalhistas até 1 de julho de 2020. A taxa, que deveria entrar em vigor no próximo mês de janeiro, não será assim aplicada antes da segunda metade do próximo ano, uma decisão tomada esta terça-feira, 26 de novembro, numa reunião do governo liderado por Mateusz Morawiecki.