A Belgacom, empresa de telecomunicações da Bélgica, deu hoje início a uma oferta pública inicial (IPO) que poderá movimentar cerca de 3,91 mil milhões de euros, tornando-se a maior operação do género na Europa desde que em 2001 a France Telecom dispersou em bolsa uma parcela da Orange, no valor de 6,3 mil milhões de euros.

Um grupo de accionistas da empresa, entre os quais se incluem a SBC Communications e a Singapore Telecommunications, vão vender grande parte da sua participação na Belgacom, enquanto o Governo belga controlará 52% do capital após a IPO. O Executivo belga pretende manter o controlo da empresa, podendo no entanto baixar a sua participação para 50% do capital mais uma acção.

«É um bom investimento, porque praticamente não há aspectos negativos», disse Johan Van Geeteruyen , da Petercam SA, citado pela Bloomberg.

A Belgacom controla cerca de 70% do mercado de telefones fixos da Bélgica, e espera-se que em 2004 a empresa apresente um crescimento dos resultados. Em 2003 os lucros caíram para os 172 milhões de euros devido a custos com a transferência de obrigações para o Governo belga. A divisão de telefones móveis, Proximus, perdeu quota de mercado no último ano.

Esta operação da Belgacom surge numa altura em que várias outras empresas anunciam a intenção de dispersar capital em bolsa. De acordo com a Bloomberg, as receitas das IPO a realizar em Março podem suplantar o valor das realizadas durante todo o ano de 2003, que ficaram nos 7,4 mil milhões de dólares.

A Eircom, empresa de telecomunicações da Irlanda, deu início na sexta-feira a uma IPO avaliada de mil milhões de dólares, e a alemã X-Fab Semiconductor, e a seguradora Catlin Group anunciaram também IPO’s para breve.

Nesta situação encontra-se também a Media Capital, empresa detentora da TVI, que irá dispersar capital em bolsa numa operação avaliada em 250 milhões de euros.