A bolsa portuguesa encerrou hoje a valorizar, em contra-ciclo com a maioria das restantes praças europeias, impulsionada pela valorização do BCP e do EDP, com a Sonaecom, a Impresa e a Reditus a tocarem em novos máximos desde 2001. O PSI-20 encerrou a somar 0,31%, com a PT a travar maiores ganhos do principal índice português.

O PSI-20 [psi-20] ganhou 0,31%, para 7.466,95 pontos, com 12 títulos a avançar, três em queda e cinco inalterados, com dois novos máximos da Sonaecom e da Impresa desde 2001 a serem obtidos no meio da sessão. Fora do principal índice português, a Reditus também atingiu o valor mais elevado desde há três anos.

Hoje, feriado nacional, foram negociadas 24,505 milhões de acções, equivalentes a um volume de 75,978 milhões de euros (menos 9,28% do que na sessão de ontem) na bolsa portuguesa.

O Banco Comercial Português (BCP) [bcp] foi o principal título a impulsionar o índice português, ao terminar a avançar 0,55%, para 1,84 euros, com 3,35 milhões de acções transaccionadas. A instituição de Jardim Gonçalves, que não fechava a subir há oito sessões, chegou a ganhar 1,09%, o que não acontecia há 11 sessões consecutivas.

O Banco Espírito Santo (BES) [besnn] também ajudou à subida do PSI-20, ao valorizar 0,77%, para 13,10 euros.

A privatização da Galp tem de ser relançada em novas bases pelo Estado com o «chumbo» de Bruxelas à reestruturação do sector energético em Portugal e o Banco Espírito Santo (BES) estará atento a essa nova operação, defendeu ontem Ricardo Espírito Santo Salgado, presidente da instituição financeira.

O BES era um dos integrantes nacionais do consórcio Luso-Oil – liderado pelo fundo norte-americano Carlyle – que foi preterido nesta escolha da holding estatal.

O núcleo português do consórcio Luso-Oil, um dos preteridos na corrida à alienação de 33,34% da Galp, enviou na segunda-feira uma carta ao primeiro-ministro, Pedro Santana Lopes, mostrando-se disponível para «ajudar a desenvolver uma solução para o problema do sector energético», no caso de falhar a reestruturação aprovada pelo anterior Governo, disse o porta-voz daquele grupo, Ângelo Correia ao «Diário de Notícias».

Já o banco BPI [bpin] encerrou inalterado, nos três euros.

A Energias de Portugal (EDP) [edp] avançou 0,45%, para 2,23 euros, com 13,5 milhões de títulos negociados, depois de ser conhecido ontem que o colégio de comissários presidido por Durão Barroso vai tomar uma decisão sobre a proposta de compra da Gás de Portugal pela EDP e pela ENI na próxima quinta-feira, dia 9 de Dezembro.

A reunião decisiva estava prevista para realizar-se hoje, como é regra todas as quartas-feiras. No entanto, a indisponibilidade do presidente da Comissão, na sequência da cimeira União Europeia e China, levou ao adiamento da reunião para o dia seguinte.

João Talone, presidente executivo da Energias de Portugal (EDP), defendeu no início desta semana que a eléctrica manterá até ao fim a proposta de compra dos activos da Gás de Portugal até porque «nunca tivemos nenhuma notificação formal da Comissão Europeia».

Hoje, o jornal espanhol de economia «Expansión» noticiou em manchete que o executivo europeu de José Manuel Durão Barroso vai apertar o controlo sobre o sector energético, no sentido de aumentar a concorrência no mercado e reduzir os preços juntos dos consumidores.

A travar maiores ganhos na bolsa portuguesa esteve a Portugal Telecom (PT) [ptc], que caiu 0,11%, para 8,93 euros, com 3,19 milhões de acções transaccionadas. A subsidiária PT Multimédia [ptm] avançou 0,51%, para 17,79 euros.

A Sonaecom [snc] encerrou a ganhar 0,27%, para 3,65 euros, depois de durante a sessão alcançar máximos desde Novembro de 2001, nos 3,70 euros, ganhando nessa altura 1,65%.

O Millennium bcp investimento reviu em alta o preço-alvo da Sonaecom, de quatro para os 4,85 euros, depois do banco ter aumentado as estimativas de resultados para os próximos anos. A casa defende que a entrada da France Télécom na «holding» cria valor para a empresa.

A ‘holding’ liderada por Belmiro de Azevedo [son] fechou a sessão inalterada, nos 0,99 euros, assim como a subsidiária Sonae Indústria [sona], que se manteve nos 4,70 euros.

A Impresa [ipr] também alcançou máximos no meio da sessão, desta feita desde Março de 2001, ao tocar nos 5,42 euros, a valorizar então 0,74%, tendo terminado nos 5,30 euros, a deslizar 1,49%.

Ainda no sector da comunicação social, a Media Capital [mcp] caiu 1,89%, para 5,20 euros e a Cofina [cofi] encerrou inalterada, nos 3,72 euros.

Fora do principal índice português, a Reditus [red] alcançou hoje um novo máximo desde Julho de 2001, nos 2,73 euros, ao avançar 3,41% nessa altura. A empresa – que deverá e ocupar em Janeiro o lugar da Teixeira Duarte no PSI-20 – fechou a valorizar 2,65%, para 2,71 euros.

No restante sector tecnológico, a Pararede [para] valorizou 2,78%, para 0,37 euros, enquanto a Novabase [nba] apreciou 0,50%, para 6,09 euros.

A Jerónimo Martins [jmar] encerrou a apreciar 1,03%, para 9,80 euros, enquanto a Modelo Continente [mcon], do grupo liderado por Belmiro de Azevedo, encerrou nos 1,39 euros, a adicionar 1,46%.

Na conferência de imprensa para divulgação do «ranking» das maiores distribuidoras a operar em Portugal, o presidente da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), Vicente Dias, admitiu na passada segunda-feira que este ano as vendas do sector alimentar possam crescer em linha com a inflação, ou seja, mais ou menos 3%, mas que como Novembro e Dezembro são dois meses decisivos, pelo que não quis avançar mais previsões.

«No geral, o ano 2004 não tem sido muito diferente de 2003», diz Vicente Dias, lembrando que, apesar do Euro ter trazido «euforia ao consumo», «o terceiro trimestre já não foi tão interessante».

A SAD do Porto [fcp] encerrou a somar 3,17%, para 2,60 euros, depois de ter avançado hoje um máximo de 4,37%, após ontem a equipa nortenha ter assegurado a qualificação para os oitavos-de-final da Liga dos Campeões de futebol, ao derrotar o Chelsea.