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BCE reconhece situação frágil e riscos para a economia
O banco central reconheceu uma desaceleração no crescimento da economia e até ponderou rever em baixa as suas previsões para 2019.
As condições económicas na Zona Euro registaram uma deterioração, com vários fatores geopolíticos a criarem instabilidade, reconheceram os membros do Banco Central Europeu (BCE), na reunião de política monetária que decorreu em dezembro. O banco central admite que estes riscos podem continuar a criar incerteza na economia do euro.
A economia europeia está a crescer a um ritmo inferior. Os membros do BCE admitem que "os últimos indicadores podem indicar uma moderação na dinâmica de crescimento", isto num momento em que persistem vários riscos que podem afetar o ritmo de crescimento da economia do euro, indicam relatos relativos à reunião de 13 de dezembro, divulgados esta quinta-feira pela instituição.
"Os membros (do BCE) discutiram com grande detalhe os riscos para o ‘outlook’ de crescimento da Zona Euro", refere o mesmo documento, adiantando que "incertezas e riscos relacionados com fatores geopolíticos, a ameaça do protecionismo, vulnerabilidades nos mercados emergentes e volatilidade financeira permaneceram proeminentes".
Os responsáveis admitiram ainda que, apesar de alguns destes riscos, como a política monetária nos EUA ou as tensões comerciais, terem aliviado, estes riscos vão refletir-se na manutenção, ou até aumento, da incerteza.
O BCE reviu em baixa ligeira as projeções de crescimento para a Zona Euro, na reunião de dezembro. As estimativas apontam para um crescimento da economia do euro de 1,9% em 2018, abrandando para 1,7% em 2019. Face a setembro, as previsões foram cortadas em uma décima.
Reinvestimentos além da subida de juros
Outro dos grandes temas que marcou a reunião de dezembro foi o fim do programa de compra de ativos mensal, no final do ano, uma decisão que foi tomada com unanimidade. Em relação ao plano de reinvestimentos, também não houve desacordo.
Tal como foi comunicado no mês passado, o programa do BCE entrou em 2019 numa fase de reinvestimentos, o que significa que os bancos centrais vão estar no mercado apenas a comprar a quantidade de dívida que for vencendo, em vez de continuarem a alargar as suas carteiras. Esses reinvestimentos serão feitos "na totalidade".
Os relatos hoje divulgados mostram a intenção do conselho de governadores de manter os reinvestimentos além da data da primeira subida de juros – que só deverá ocorrer depois do verão – e "pelo período que for necessário para manter condições de liquidez favoráveis e um amplo grau de acomodação monetária". Os responsáveis concordam ainda que a política monetária precisa de "permanecer prudente, paciente e persistente e continuar a ser orientada pelos dados económicos".