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Banca europeia cai quase 6% com empurrão do Silicon Valley Bank

O colapso do Silicon Valley Bank e a entrada dos reguladores para garantir os depósitos junto da instituição não estão a acalmar os mercados que continuam a ser altamente pressionados.

Bloomberg
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Os efeitos das dificuldades e agora falência do Silicon Valley Bank (SVB) continuam a pesar nos mercados por todo o mundo e principalmente no setor da banca europeia e nos Estados Unidos.

Os receios mantém-se apesar das informações avançadas nas últimas horas que dão conta de uma salvaguarda geral do dinheiro dos clientes, a maior parte pequenas empresas, depositado junto da instituição. Isto acontece mesmo após esta manhã ter sido tornado público que o HSBC, um dos maiores bancos do mundo, comprou o braço britânico do SVB por apenas uma libra.

Do outro lado do atlântico também chegaram novidades, com o Departamento do Tesouro, a Reserva Federal norte-americana (Fed) e a agência Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC) a revelarem, domingo à noite, através de um comunicado, que todo o dinheiro depositado no SVB estará disponível esta segunda-feira.

Os "hedge funds" chegam-se também à frente numa tentativa de compra dos depósitos de startups junto do SVB por apenas 60 centavos de dólar, lançando, ao mesmo tempo, linhas de empréstimos mais caras.

No entanto, nenhuma destas soluções parece agradar ao mercado acionista, que continua em queda livre. Na manhã desta segunda-feira, todas as praças europeias perdem mais de 2%, com o milanês FTSE MIB a cair mais de 4% e o índice de referência europeu, Stoxx 600, a descer mais de 3%.

O setor da banca é, naturalmente, onde o pânico mais se sente, com a banca europeia, que inclui os 42 maiores bancos cotados da região, a tombar quase 6%. Instituições como o Commerzbank está a cair mais de 11%, bem como o espanhol Sabadell, com atividade em Portugal, que recua acima dos 10%.

À semelhança do final da semana passada o impacto também se faz sentir na bolsa nacional. O PSI desvaloriza acima de 2%, com o BCP a ser o grande penalizador da negociação ao cair mais de 7%.

Ainda assim, o maior efeito está a ser sentido junto dos pares do SVB nos Estados Unidos. Esta manhã, no "premarket" o First Republic Bank perde cerca de 60%, mesmo após a instituição ter revelado que tinha mais de 70 mil milhões de dólares de liquidez para financiar operações, depois de acordos realizados com a Fed e com o JP Morgan.

Zona Euro com pouca exposição ao SVB

Com o assunto SVB a marcar os mercados, a questão não ficou indiferente aos responsáveis da União Europeia (UE). O presidente do Eurogrupo, Pascal Donohoe, afirmou hoje à Bloomberg que a exposição da Zona Euro ao SVB é muito limitada, tendo acrescentado que o assunto irá ser discutido na reunião do Eurogrupo desta segunda-feira.

"De uma perspetiva europeia estamos bem posicionados, temos feito várias mudanças no enquadramento regulamentar na última década", explicou Donohoe.

Ainda hoje o regulador alemão congelou os ativos do SVB no país. Em comunicado, a BaFin explicou que o SVB na Alemanha não vai conseguir vender ativos ou realizar pagamentos, por estar em risco de não conseguir cumprir os compromissos com os credores.

No entanto, as operações do banco de startups norte-americano no país não são consideradas relevantes uma vez que a instituição baseada em Frankfurt tinha apenas 789,2 milhões de euros em ativos no final do ano passado e não aceitava depósitos, revelou também o regulador alemão.
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