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Apenas 16% dos gestores de fundos consideram que acções estão baratas

Apesar do desbarato das acções, apenas 16% dos gestores de fundos inquiridos pela Merrill Lynch consideram que as acções estão baratas, segundo o estudo de Julho daquela casa de investimento.Além disso, o apetite pelo risco está perto dos mínimos atingidos em Março.

16 de Julho de 2008 às 13:49
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Apesar do desbarato das acções, apenas 16% dos gestores de fundos inquiridos pela Merrill Lynch consideram que as acções estão baratas, segundo o estudo de Julho daquela casa de investimento. Além disso, o apetite pelo risco está perto dos mínimos atingidos em Março.

Os investidores estão a dar um claro sinal de que o abrandamento económico global os está a obrigar a reformular a sua alocação de activos, refere a Merrill Lynch no relatório divulgado hoje e que se baseia num inquérito feito a 191 gestores de fundos, entre 3 e 11 de Julho.

A crise do crédito está a levar a alocações polarizadas do investimento e 53% dos gestores estão "overweight" em termos de liquidez, ou seja, estão a apostar mais em aplicações em dinheiro. Por outro lado, 40% estão "underweight" em acções, 32% estão "underweight" em acções da Zona Euro e 40% estão igualmente "underweight" em acções britânicas.

O estudo revela ainda que os investidores têm uma perspectiva cada vez mais céptica das previsões de lucros das empresas. Com efeito, 83% dos gestores inquiridos crêem que as estimativas são "demasiado elevadas". Desse número, 29% acreditam que as projecções estão "demasiado elevadas e por uma grande diferença".

Receios inflacionistas diminuem na Europa

De acordo com as conclusões da Merrill Lynch, os gestores de fundos europeus estão a começar a reavaliar os riscos inflacionistas à luz de uma maior consciencialização de que o menor crescimento económico colocará travões à inflação. Segundo os inquiridos, a inflação poderá ser uma ameaça menor do que aquilo que se receou previamente.

Um total de 24% dos respondentes prevê que a inflação caia nos próximos 12 meses, contra 32% que no mês anterior diziam que o índice de preços no consumidor aumentaria na Europa.

Por outro lado, 96% consideram que a economia europeia vai enfraquecer ao longo dos próximos 12 meses, o que corresponde a um aumento de 10 pontos percentuais face às conclusões do estudo de Junho.

Os receios em matéria de panorama económico, de par com uma certa desilusão com os mercados emergentes, levou os investidores para as acções ligadas à prestação de cuidados de saúde – um refúgio tradicional. Um terço dos investidores na Europa tem uma posição "overweight" nos títulos associados aos cuidados de saúde e às farmacêuticas, contra zero em Junho.

"As empresas ligadas aos cuidados de saúde poderão ter os seus próprios riscos sectoriais, mas oferecem imunidade face aos três horrores que estão a incomodar os investidores: subida dos preços do petróleo, ciclo económico de desaceleração e crise do crédito", refere Karen Olney, principal estratega da Merrill Lynch no domínio das acções.

Mercados emergentes podem entrar em estagflação

O estudo de Julho refere também uma perspectiva dos mercados emergentes abruptamente mais negativa. Em Maio, 31% dos gestores de fundos estavam "overweight" nos mercados emergentes, contra 4% neste último inquérito.

Os investidores estão cada vez mais receios que o aumento da inflação nos mercados emergentes possa torná-los mais vulneráveis ao aperto monetário e à diminuição da procura interna.

Accionistas atentos aos balanços

Os investidores a nível mundial indicam que seria melhor que as empresas empregassem o dinheiro na melhoria dos seus balanços do que no pagamento de dividendos aos accionistas ou em planos de "share buy back".

"As entidades financeiras tomaram algumas medidas para melhorarem os seus balanços, com muitas iniciativas de aumentos de capital desde o início do ano. Há duas questões que se colocam em relação ao segundo semestre de 2008. As empresas conseguirão concluir as suas recapitalizações dentro do prazo esperado pelos investidores? E as não financeiras terão de tomar medidas similares?", questiona-se Barnaby Martin, estratega da área de crédito na Merrill Lynch.

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