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Antes das alterações, certificados de aforro ainda captam 2,2 mil milhões de euros

O "stock" de certificados de aforro aumentou 2.226,17 milhões de euros em maio. No total dos produtos de poupança do Estado, o "stock" cresceu em 1.716 milhões de euros já que os certificados do Tesouro continuam a perder dinheiro.

Pedro Catarino
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O dinheiro aplicado pelas famílias em produtos de poupança do Estado subiu pelo décimo quarto mês consecutivo. Os dados do Banco de Portugal (BdP) divulgados esta quinta-feira, 22 de junho, mostram que os certificados de aforro aumentaram 2,2 mil milhões de euros em maio - o último mês de comercialização da anterior série E.


O "stock" de certificados de aforro chegou aos 32.550,18 milhões de euros em maio, o que significa um crescimento de 2.226,17 milhões de euros face ao mês anterior.

A subida acentuada no montante aplicado nestes produtos tem mais que compensado a queda registada nos certificados do Tesouro, que decorre há 19 meses. Em maio, os certificados do Tesouro voltaram a ter uma evolução negativa, tendo o "stock" caído 510,17 milhões de euros para 12.518,86 milhões.

No total, o conjunto dos certificados de aforro e Tesouro fixou-se, em maio, nos 45.069,04 milhões de euros. Aumentou assim em cerca de 1.716 milhões de euros.



A corrida inédita aos certificados de aforro superou em larga medida as expectativas do Governo. No início do mês, o Executivo decidiu por fim à série E dos certificados de aforro, tendo lançado uma nova série F com remuneração mais baixa.

Em ambos os casos o juro está indexado à Euribor a três meses, mas o tecto máximo cai de 3,5% para 2,5% (aos quais acrescem prémios de permanência). É ainda imposto um limite máximo de subscrição nos 50 mil euros, face ao anterior de 250 mil euros.

O secretário de Estado das Finanças, João Nuno Mendes, foi por isso chamado de emergência ao Parlamento esta quarta-feira, tendo justificado que a "escala da ultrapassagem" do fluxo de entrada de capital - o triplo do esperado para o ano inteiro em apenas meses -, o "desalinhamento" da remuneração que estima ser em 1 ponto percentual acima do financiamento no mercado e a "distribuição de amortizações" (evitando uma grande parede de reembolsos quando estes produtos atingirem a maturidade em 2033) são as três razões para a decisão de mudar o produto.

Para já, João Nuno Mendes diz que o montante em "stock" ainda é sustentável, mas sublinha que o aumento dos custos do Estado com juros dos certificados é pago por via de impostos.

(Notícia atualizada às 11:25) 

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