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Advertências da Fed para os perigos de contracção económica penalizam Wall Street

As praças bolsistas norte-americanas terminaram a cair mais de 2%, decepcionadas com os "significativos riscos de contracção" a que a Fed aludiu.

Carla Pedro cpedro@negocios.pt 21 de Setembro de 2011 às 21:08
As bolsas dos EUA fecharam a perder terreno, depois de a Reserva Federal avançar com uma nova ronda de estímulos económicos devido aos “significativos riscos de contracção” em termos de perspectivas económicas.

Os mercados accionistas do outro lado do Atlântico estavam a ser animados, desde ontem, pela perspectiva de a Fed aprovar medidas adicionais de revitalização da economia, mas a advertência em relação aos riscos de contracção penalizou o sentimento dos investidores.

A Reserva Federal adiantou que as “tensões nos mercados financeiros globais” estão entre os riscos para o “outlook” económico dos EUA.

O índice industrial Dow Jones encerrou a perder 2,5%, fixando-se nos 11.123,25 pontos, enquanto o S&P 500 recuou 2,95% para se estabelecer nos 1.166,58 pontos.

O índice tecnológico Nasdaq, por seu lado, cedeu 2,01% a negociar nos 2.538,19

O Nasdaq foi o índice que menos caiu devido ao bom desempenho de algumas tecnológicas de peso. A Oracle subiu mais de 4% depois de ter reportado lucros acima das estimativas e a Adobe Systems ganhou em torno de 1% animada pelas previsões de vendas, que superaram as projecções dos analistas.

"Operação Twist"

O banco central norte-americano anunciou que vai vender 400 mil milhões de dólares de obrigações de curto prazo e comprar dívida de longo prazo no mesmo valor. É a chamada “Operação Twist”, em que substitui as maturidades mais curtas por prazos mais longos para aliviar a pressão sobre os juros dessas obrigações.

No entanto, as fracas perspectivas para a economia agravaram os receios dos mercados bolsistas. Em contrapartida, o dólar e as Obrigações do Tesouro dispararam. Com a atenuação de tensões sobre os juros das obrigações, haverá mais investidores a apostar neste mercado, o que contribuiu para o seu bom desempenho depois do anúncio da Fed.

“Os mercados tomaram nota do alerta da Fed para uma deterioração do panorama económico e para um aumento dos riscos financeiros”, salientou à Bloomberg o CEO da Pacific Investment Management (Pimco), Mohammed A. El-Erian. “Se bem que estas compras da Fed possam influenciar o valor das hipotecas e das Obrigações do Tesouro, a capacidade para isso ter resultados em termos económicos é limitada”, acrescentou.

Entre as maiores quedas da sessão de hoje estão os títulos do sector financeiro, fortemente castigados pelo corte de rating, por parte da Moody’s, da dívida de longo prazo do Bank of America e do Wells Fargo, bem como da dívida de curto prazo do Citigroup.

A agência de notação financeira diz que são agora menos prováveis as hipóteses de o governo norte-americano salvar um grande banco em dificuldades do que aquilo que se observou durante a crise financeira. Isto porque os riscos de contágio não parecem tão grandes no caso de um banco falir.

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