As acções do Banco Comercial Português estão fortemente protegidas de um possível movimento de queda, depois do banco ter falhado a aquisição do BCR e do BPI e do sucesso da revolta dos accionistas na última assembleia geral de accionistas, considera a UBS.

Numa nota de "research" a comentar o "investor day" do BCP da passada sexta-feira, a UBS classifica de "agressivas" as metas delineadas pela gestão do banco, confirmando o forte potencial de crescimento nos lucros por acção do maior banco privado português, face às actuais previsões dos analistas.

Para 2010 o BCP estima um lucro de 1,3 mil milhões de euros, um valor que se encontra 10% acima das actuais estimativas da UBS. O banco de investimento acredita que os analistas em geral vão rever em alta as suas previsões para os resultados do BCP, depois do banco ter apresentado "targets" de crescimento que estão em linha com os de outros bancos portugueses.

A UBS recomenda "comprar" acções do Banco Comercial Português, com um "preço-alvo" de 3,70 euros. "Com o Banif, BES e BPI a transaccionarem com um PER para 2008 de 14, não encontramos razões para justificar o porquê do BCP transaccionar a 12 vezes os lucros por acção, com perspectivas de crescimento similares", referem os analistas da UBS.

Além disso, a UBS diz que nesta altura o BCP "oferece uma elevada protecção a movimentos de queda".

"Depois de falhadas as aquisições do BCR e do BPI e do sucesso da revolta dos accionistas na última assembleia geral, o espaço para decepções na performance das acções é limitado", refere a UBS.

As acções do BCP seguem a descer 0,55% para 3,62 euros. Este ano acumulam já uma valorização de 28,9%.