A crise reputacional em torno da Binance levou o "token" da maior plataforma do mundo, o BNB a afundar 25% a semana passada, alcançando o preço mais baixo visto este ano, tendo desde esta segunda-feira até ao momento recuperado 10%.

No entanto, o sentimento de cautela dos investidores mantém-se, de acordo com os especialistas ouvidos pela Bloomberg.

"Por enquanto, os riscos reputacionais vão definitivamente continuar a prejudicar a Binance enquanto marca", defende Cici Lu, fundador da consultora de blockchain Venn Link Partners.

Já Markus Thielen, responsável pelo departamento de "research" da Matrixport, alerta que "se houver mais notícias negativas", como o caso seguir para o Departamento de Justiça dos EUA, a BNB pode voltar a cair e avisa que a fasquia dos 200 dólares é "psicologicamente importante" para os investidores.

Atualmente, o token da Binance negoceia na linha dos 245 dólares. Markus Thielen atribui esta recuperação ao facto da Binance ter emitido um comunicado a responder ao comunicado da SEC.

Na nota, a maior plataforma cripto do mundo assegura que todos os ativos são garantidos por reservas numa relação 1:1 (por cada ativo custodiado há um ativo de reserva).

Além de uma resposta à SEC esta garantia serviu para responder à especulação no Twitter, onde vários utilizadores afirmam que a Binance vendeu várias cripto, incluindo stablecoins para apoiar a cotação da BNB. Na mesma rede social, o CEO da plataforma rejeitou esta ideia.

No início deste mês, a SEC processou tanto a Binance como o fundador e CEO Changpeng Zhao (CZ) por alegadas violações relativas a operação sem registo, bem como mistura de ativos próprios e de clientes. No dia a seguir foi a vez da Coinbase.

No próprio dia da dedução de acusação, saíram da Binance 702 milhões de dólares, através da blockchain ethereum. Os resgates continuaram durante os seis dias seguintes.

Entretanto, a dimensão dos regastes diminuiu e esta segunda-feira, a Binance recebeu através da ethereum 455 milhões de dólares em depósitos.