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Criptofortunas dos CEO da Binance e da Coinbase tombam 1,6 mil milhões

Changpeng Zhao terá perdido 1,4 mil milhões de dólares da sua fortuna, entre terça e quarta-feira. Já Brian Armstrong, CEO e cofundador da Coinbase, deverá ter perdido, em cerca de dois dias, 361 milhões de dólares.

Após valorizar com a notícia da aquisição da FTX pela Binance, o mercado cripto regressou à fasquia de 1 bilião de dólares. Mas não durou e tombou de novo para 800 mil milhões.
Dado Ruvic/Reuters
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A turbulência causada pelo facto de o supervisor do mercado de capitais dos EUA (na sigla inglesa SEC) ter processado a maior plataforma cripto do mundo, a Binance, e a maior "exchange" dos EUA, a Coinbase, chegou ao bolso dos criptomilionários que comandam as duas empresas, segundo os mais recendes números do índice de multimilionários da Bloomberg.

O fundador e CEO da Binance, Changpeng Zhao (ou apenas "CZ" como também é popularmente conhecido), terá perdido 1,4 mil milhões de dólares da sua fortuna, entre terça e quarta-feira, o equivalente a 1,3 mil milhões de euros à taxa de câmbio atual.

O maior criptomilionário do mundo deverá assim ter passando a deter um património líquido avaliado em 26 mil milhões de dólares (24,31 mil milhões de euros). Até ao arranque desta semana e desde o início do ano, CZ conseguiu mais que duplicar sua fortuna (117%).

Além de estar sob os holofotes por ter sido processado pessoalmente pela SEC, tanto a Bloomberg como a Reuters avançam a possibilidade de Changpeng Zhao estar de saída do cargo de CEO da Binance, passando o seu lugar a ser ocupado pelo responsável pelos mercados fora dos EUA, Richard Teng. Contactada pelas duas agências de informação, a Binance não prestou qualquer esclarecimento.

Já Brian Armstrong, CEO e cofundador da Coinbase, deverá ter visto escorrer por entre os dedos, em cerca de dois dias, 361 milhões de dólares (337,54 milhões de euros), depois de até ao arranque desta semana e desde o início do ano ter visto a sua riqueza crescer 61%.


Tanto a fortuna de Zhao como de Armstrong cresceram este ano à boleia da recuperação da bitcoin, que desde janeiro já valorizou mais de 60%, e do mercado das criptomoedas como um todo, e acabaram por ser pressionadas pela reação negativa dos investidores aos anúncios do regulador financeiro norte-americano.

A crise bancária nos EUA levou ao reforço das apostas nas criptomoedas, o que em conjunto com a expectativa de que a Reserva Federal (Fed) norte-americana possa fazer uma pausa na subida dos juros diretores, impulsionou a capitalização de um mercado composto por mais de 25 mil ativos, que passou no arranque de janeiro de 793 mil milhões de dólares (741,46 milhões de euros) para 1,12 biliões de dólares (aproximadamente mil milhões de euros).



Entretanto, após a SEC – o equivalente à portuguesa CMVM – ter publicado na segunda-feira o comunicado em que indicava que iria processar a Binance, a bitcoin chegou a derrapar mais de 6%, tendo recuperado na terça-feira com uma subida de 5,08%. Esta quarta-feira está a desvalorizar 0,50% para 26.811,31 dólares.

Na segunda-feira, o supervisor norte-americano do mercado de capitais processou a Binance e CZ por alegadas violações relativas a operação sem registo, mistura de ativos próprios e de clientes, segundo um comunicado publicado no site do supervisor.

No dia a seguir foi a vez da Coinbase. O regulador acusou a maior plataforma cripto dos EUA  de fugir à regulação norte-americana ao permitir que os seus clientes negoceiem "tokens" que não estão registados como ativos financeiros, de acordo com a acusação a que a Bloomberg teve acesso.

A par da negociação de "tokens", está também em causa o serviço de "staking". Este produto permite aos clientes usarem os criptoativos para facilitar transações na rede blockchain, recebendo por esse "empréstimo" um retorno.

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