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Novos créditos à habitação em Portugal com juro abaixo da Zona Euro em abril

A taxa de juro média das novas operações de crédito à habitação desceu pelo sétimo mês consecutivo para 3,75% em abril.

Nunca as famílias portuguesas tiveram um rácio de incumprimento tão baixo. No entanto, o número de devedores em falha cresceu.
Alexandre Azevedo
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Pela primeira vez desde setembro de 2022, em abril, a taxa de juro dos novos créditos à habitação na Zona Euro foi superior à registada em Portugal, revelou esta quarta-feira o Banco de Portugal.

A taxa de juro média dos novos empréstimos para a casa, onde se incluem as renegociações que não resultaram de incumprimento, caiu para 3,75% em abril, o que compara com 3,88% registados em março, assinalando a sétima descida consecutiva. Este número fica abaixo da média da Zona Euro que se fixou em 3,77%.

A taxa de juro média dos novos empréstimos para habitação própria permanente concedidos com taxa variável em abril foi de 4,68% (4,78% em março) e os novos empréstimos a taxa fixa desceram de 4,03% para 4,01%, voltando assim a reduzir-se o diferencial entre as duas taxas.

Os bancos concederam 1.823 milhões em novos empréstimos para habitação às famílias no quarto mês do ano, uma descida face aos 1.921 milhões em março. Deste montante 89% foi para habitação própria permanente, 5% para habitação secundária e 6% para obras.

Por tipo de taxa e exclusivamente nos novos empréstimos à habitação própria permanente, a esmagadora maioria foi concedida de forma mista (75,4%), sendo que 20,8% foi de forma variável e 3,8% fixa. "Este é o valor máximo desde o início da série estatística, em dezembro de 2021. No final de abril, os empréstimos a taxa mista representavam 22% do stock de empréstimos à habitação", indica o supervisor.

Já por tipo de indexante, a proporção dos montantes de novos empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável concedida com uma Euribor a 12 meses foi de 48%, a seis meses de 40% e a 3 meses de 8% e cerca de 4% usando outras taxas de referência.

Prestação volta a subir e atinge 424 euros


A prestação média mensal do stock de empréstimos para habitação própria permanente voltou a subir, depois de uma interrupção em março e ascendeu a 424 euros, sendo que 75% dos contratos têm uma prestação mensal inferior ou igual a 528 euros.

As amortizações antecipadas de crédito à habitação representaram uma fatia de 0,93% do "stock" de empréstimos em abril, mais 0,05 pontos percentuais do que em março, invertendo a tendência que se verificava há três meses consecutivos.

"As amortizações antecipadas totais (que incluem os contratos finalizados por amortização da dívida do devedor, as consolidações de crédito em novo contrato e as transferências de crédito para outra instituição) representaram 91% das amortizações antecipadas em abril", indica o BdP.

Total de empréstimos às famílias ascende a 2.061 milhões em abril


Os bancos concederam 2.061 milhões de euros em novos empréstimos às famílias em abril, mais 71 milhões do que em março. A maioria foi concedida para habitação, 1.339 milhões, sendo que 491 milhões foram para consumo e 2031 milhões para outros fins.

Especificamente nos empréstimos ao consumo, a taxa de juro média foi de 9,63%, face a 9,54% em março. Já a taxa de juro médio dos novos empréstimos para outros fins desceu para 4,89%.

No caso dos novos empréstimos às empresas o montante aumentou para 1.882 milhões de euros, mais 44 milhões do que em março. Já a taxa de juro média desceu para 5,62%, tinha sido de 5,72% em março.

"Esta diminuição verificou-se quer nos empréstimos acima de 1 milhão de euros (-0,22 pp, com a taxa de juro média a fixar-se em 5,24%), quer nos empréstimos até 1 milhão de euros (-0,01 pp, com a taxa de juro média a fixar-se em 5,89%)", salienta o Banco de Portugal.
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