587 milhões de euros. Este foi o valor de novo crédito à habitação, em Junho, segundo os dados publicados pelo Banco de Portugal, esta terça-feira, 9 de Agosto. Este montante representa o valor mais elevado desde Janeiro de 2011, meses antes da chegada da troika a Portugal. Desde o início do ano, foram já emprestados mais de 2,6 mil milhões de euros.

Os empréstimos para a compra de casa continuam a ser o principal motor do financiamento às famílias. Junho voltou a significar um crescimento das novas operações de crédito à habitação. Foram concedidos quase 600 milhões de euros só num mês, o que supera os 497 milhões de euros emprestados em Maio.

No primeiro semestre, os bancos emprestaram 2.699 milhões de euros para este fim. Este é mesmo o melhor semestre em cinco anos. Nos primeiros seis meses de 2011, foram emprestados 3.143 milhões de euros e, a partir daí, teve início um período de contracção do crédito que terminou no ano passado, quando os bancos voltaram a ficar mais disponíveis para financiar a compra de casa e começaram a reduzir os "spreads" dos empréstimos.

Apesar deste crescimento das novas operações de crédito à habitação, o saldo continua a diminuir, fruto do elevado ritmo de amortizações dos financiamentos que tem sido permitido pelas baixas taxas de juro no mercado. O "stock" do crédito para a compra de casa caiu para 96.426 milhões de euros, em Junho.

Nos restantes segmentos de crédito às famílias também se registaram aumentos, em Junho. Foram emprestados 326 milhões de euros em crédito ao consumo, ligeiramente mais do que os 325 milhões de euros do mês anterior. E foram concedidos 166 milhões de euros em créditos para outros fins, acima dos 163 milhões de euros do mês de Maio.

No total, os bancos emprestaram 1.079 milhões de euros às famílias, em Junho, o valor mais elevado desde Março de 2012. No acumulado dos primeiros seis meses do ano, foram emprestados 5.488 milhões de euros.

Crédito às empresas em queda

Ao contrário do crédito a particulares, o financiamento a empresas diminuiu, em Junho. Foram concedidos 2.617 milhões de euros. Deste valor, 1.581 milhões de euros foram emprestados a pequenas e médias empresas (PME), mais do que os 1.566 milhões de euros concedidos em Maio. Já para as grandes empresas foram emprestados 1.036 milhões de euros, menos do que os 1.480 milhões de euros concedidos em Maio.

No acumulado dos primeiros seis meses do ano, as instituições financeiras emprestaram 15.431 milhões de euros às empresas, menos 11,3% do que nos últimos seis meses do ano passado e menos 6% do que no semestre homólogo.