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Regulador alemão diz que manipulação do mercado cambial é mais grave que da Libor
O principal regulador do mercado financeiro alemão diz que a manipulação dos mercados cambial e de metais preciosos foi mais grave que o escândalo da Libor, que já levou à imposição de penalizações no valor de seis mil milhões de euros.
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Elke König, presidente do regulador alemão dos mercados financeiros, afirmou que a alegada manipulação dos mercados cambiais e de metais preciosos é mais grave que a da Libor. Recorde-se que as penalizações do escândalo Libor já ascendem a cerca de seis mil milhões de euros.
O presidente da autoridade federal para os mercados financeiros, conhecida como Bafin, explicou que, a confirmar-se, a manipulação dos preços de divisas e metais preciosos terá afectado os preços de transacções em mercados à vista. Já no mercado da Libor, o objecto da fraude foram as estimativas emitidas por alguns dos bancos que contribuem para determinar as taxas.
As alegações relativas ao mercado de divisas e de metais preciosos são “particularmente graves, porque tipicamente os valores envolvidos são relativos – ao contrário das Libor e Euribor – a mercados à vista e não em estimativas de bancos”, disse o presidente do Bafin em discurso citado pela Bloomberg.
Esta semana, a autoridade alemã anunciou que está a investigar a potencial manipulação do mercado cambial, juntando-se assim às investigações levadas a cabo no Reino Unido, Suiça e Estados Unidos da América. As investigações pelos vários reguladores já incluem 12 bancos e levaram à suspensão, despedimento ou colocação sob licença de 13 corretores.
As investigações incidem sobre as mensagens trocadas numa plataforma de mensagens instantâneas, onde trocavam informação sobre as operações dos respectivos clientes e em que concordavam em negociar no momento em que é determinado um preço de referência.
“É compreensível que a questão esteja a provar uma forte reacção do público”, disse König. O sector financeiro depende da confiança comum de que é eficiente e, ao mesmo tempo, honesto. As taxas de referência pareciam inquestionáveis e agora existe a alegação de que podem ter sido manipuladas”, acrescentou.