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Foi um trader do Citi em Tóquio que provocou o "flash crash" da libra

Um operador da sala de mercados do Citigroup em Tóquio é apontado como o principal responsável pela queda abrupta da libra na sessão de 7 de Outubro.

Reuters
07 de Dezembro de 2016 às 09:55
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Dia 7 de Outubro. Eram 7h07 da manhã em Hong Kong, a libra transacciona em 1,26 dólares. Às 07h09, a moeda britânica já está em 1,1841 dólares. Um intervalo de 120 segundos em que a moeda britânica perdeu mais de 6%, para passar a negociar em mínimos de 31 anos.

 

Qual a justificação para este comportamento anormal, conhecido por "flash crash"? Ainda não há respostas certas a esta questão que foi colocada desde então, mas a investigação conduzida pelas autoridades britânicas foi dar à sala de mercados do Citigroup em Tóquio.

 

De acordo com o Financial Times, não foi no Citigroup que teve início a desvalorização acentuada da moeda britânica, mas a investigação apurou que foi um trader deste banco de investimento que exacerbou a queda livre da divisa. Num período de liquidez reduzida durante a sessão asiática, um trader do Citi colocou no sistema um elevado número de ordens de venda da libra.

 

Esta enxurrada de ordens foi suficiente para afundar o valor da libra para mínimos de 31 anos, um desempenho que não tinha sustentação em notícias publicadas nesse dia. Um dos responsáveis envolvidos na investigação adianta que o trader em causa "entrou em pânico" quando viu a libra a negociar em terreno negativo e optou por despejar ordens de venda.

 

O Citi já reagiu em comunicado, descartando responsabilidades no crash da libra nesse dia. O banco "geriu de forma apropriada a situação e os nossos sistemas e controlos funcionaram correctamente nesse período". O FT assinala contudo que o banco não revelou se algum trabalhador foi alvo de um processo devido a este caso e se foram alterados os procedimentos na instituição.

 

Fontes citadas pelo FT adiantam que o trader do Citi em Tóquio utilizou uma ferramenta electrónica conhecida por "agregador" para colocar as ordens de venda. Devido à fraca liquidez registada nessa altura, todas estas ordens de venda não encontraram comprador do outro lado, o que exacerbou a queda da moeda.

 

Este incidente veio aumentar as dúvidas sobre a qualidade da supervisão e da gestão de risco nos maiores bancos de negociação cambial, um mercado que movimenta muitos milhões por dia.

Na sessão de 7 de Outubro a libra afundou no espaço de poucos minutos

 

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