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Resultados abaixo do esperado levam Mota-Engil a cair mais de 1%

As acções da Mota-Engil chegaram a disparar mais de 4% após a divulgação dos resultados do segundo trimestre, mas rapidamente inverteram para terreno negativo. As contas da construtora ficaram "abaixo do esperado" pelo CaixaBI.

O Haitong avalia as acções da Mota-Engil em 2,00 euros, o que implica um potencial de valorização 40%. A recomendação é de neutral.

O banco de investimento assinala que a Mota-Engil expandiu a sua actividade para África e América Latina, que são agora os seus mercados mais importantes. No final do primeiro semestre a construtora tinha uma carteira de encomendas de 4,6 mil milhões de euros, com a o mercado europeu a ter um peso de apenas 20%. O Haitong estima que a dívida líquida de 1,5 mil milhões de euros desça nos próximos tempos devido à venda da Ascendi. “Contudo, a companhia ainda não conseguiu atingir um crescimento orgânico no seu ‘cash flow’ de forma a mostrar que pode reduzir a alavancagem de uma forma sustentada”, refere o Haitong, assinalando que apesar do potencial de valorização, a recomendação é neutral devido à “necessidade de uma maior clareza sobre as encomendas em África”.
Bruno Simão
30 de Agosto de 2016 às 09:46
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As acções da Mota-Engil estão a desvalorizar 1,14% para 1,731 euros, depois de terem chegado a disparar quase 4%, na sequência da divulgação dos resultados trimestrais antes da abertura do mercado.

 

Só na primeira hora e meia de negociação já trocaram de mãos mais de 590 mil títulos da construtora portuguesa, quando a média diária dos últimos seis meses não vai além das 375 mil.

 

Antes da abertura da bolsa, a empresa liderada por Gonçalo Moura Martins anunciou que fechou o primeiro semestre deste ano com lucros de 72,56 milhões de euros, o que representa um aumento de 477% face aos 12,57 milhões de euros registados em igual período do ano passado.

 

A contribuir para esta subida esteve a venda de 50,06% da Indáqua, que levou a um encaixe de 60 milhões de euros, bem como a venda da Mota-Engil Logística e da Tertir (negócio de portos e logística) que permitiu um encaixe de 275 milhões de euros.

A primeira reacção do mercado foi bastante positiva, mas rapidamente o comportamento dos títulos se inverteu, com os investidores a olharem de forma mais detalhada para as contas da empresa.

Numa nota de análise a que o Negócios teve acesso, os analistas do CaixaBI afirmam que os resultados, como um todo, "ficaram abaixo das expectativas", estando o banco de investimento a aguardar a conference call de hoje para obter mais informações.

 

No período em análise, as receitas da construtora caíram 3,6% para 1,03 mil milhões de euros, num período em que, à excepção da América Latina, todos os mercados registaram quebras.

 

Na Europa, a queda de receitas foi de 10% e em África de 12%. Já na América Latina verificou-se um aumento de 19%. Com esta evolução este último mercado passou a ser responsável por 33% do total das receitas geradas pelo grupo, ainda que seja a Europa que tem maior peso (35%). A queda das receitas foi, ainda assim, inferior ao estimado pelo CaixaBI.

 

"Embora os dados operacionais apresentados tenham sido inferiores às nossas estimativas, os resultados da Mota-Engil no primeiro semestre não trouxeram surpresas", destacam os analistas. "As vendas e a margem na América Latina desiludiram um pouco, apontando para tempos de execução recorrentemente longos na região".

 

A actividade em Angola "contraiu no período mas foram ganhos novos contratos de A&S e as necessidades de fundo de maneio reduziram-se", acrescentam.

 

Já os analistas do BPI destacam que as receitas ficaram abaixo das estimativas, principalmente devido ao desvio negativo na construção na Europa, África e América Latina.  

Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.

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