Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

JP Morgan tira mais de um cêntimo (ou 33%) ao "target" do BCP

Em vez de uma cotação de 4 cêntimos, o JP Morgan acredita que o banco liderado por Nuno Amado chegará ao final do ano a valer 2,7 cêntimos por acção. A pressão sobre a margem financeira justifica a redução e também as menores estimativas de resultados.

Miguel Baltazar/Negócios
27 de Junho de 2016 às 13:42
  • 23
  • ...

O JP Morgan cortou as perspectivas para a cotação do Banco Comercial Português. Foi retirado mais de um cêntimo ao preço por acção estimado para a instituição financeira, o que, à luz do valor de mercado actual, representa um corte de um terço do "target". Mais propriamente 33%.

 

O preço-alvo do banco americano para o BCP é, com base numa nota de "research" publicada esta segunda-feira 27 de Junho para a banca europeia, de 2,7 cêntimos. Até aqui, o "target" estava em 4 cêntimos.

 

O BCP está esta segunda-feira a negociar entre ganhos e perdas, seguindo ao início da tarde a recuar 1,11% para valer 1,78 cêntimos por acção. O banco tem experimentado mínimos históricos tanto pelas dúvidas externas (o resultado do referendo no Reino Unido, com a saída da União Europeia, motivou uma queda de 12% na sexta-feira, por exemplo) como pelas preocupações internas (eventual necessidade de aumento de capital, negada pela gestão, e consolidação com o Novo Banco). Mesmo assim, há um potencial de valorização de 52%. 

 

A redução da cotação esperada para o banco sob o comando de Nuno Amado (na foto) é justificada pela diminuição das estimativas para os lucros por acção do banco no próximo triénio. "Cortámos, numa média de 16%, as nossas estimativas de lucros por acção para 2016-2019 do BCP, sobretudo para reflectir um menor crescimento da margem financeira e uma menor recuperação do que a anteriormente estimada no custo do risco", indica a nota a que o Negócios teve acesso.

Devolução de CoCos não coloca capital em risco

 

Embora preveja pressão na margem financeira (diferença entre juros pagos em depósitos e juros cobrados em créditos, que é a base do negócio bancário tradicional), a equipa de analistas do JP Morgan (Sofie Peterzens é a responsável pela análise ao BCP) acredita que o banco continuará a apresentar bons dados em termos de custos e uma "adequada capitalização" mesmo incluindo a devolução dos 750 milhões de euros de instrumentos híbridos ainda por devolver.

 

Estas perspectivas fazem com que a recomendação do banco americano para o banco seja "neutral", o que quer dizer que se espera que o BCP tenha uma evolução em linha com o sector, indica o "research" que não faz comentários sobre uma eventual ligação ao processo de venda do Novo Banco. O banco privado é uma das seis entidades na corrida pela entidade financeira detida pelo Fundo de Resolução. 

Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro. 

 
Ver comentários
Saber mais JP Morgan BCP Nuno Amado research
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio