O Haitong reviu em baixa o preço-alvo para a Altri de 3,30 euros para 3,00 euros. Face ao potencial de valorização actual de -6%, o analista Nuno Estácio reviu a recomendação de "vender" para "neutral". A justificar a nova avaliação está a perspectiva de forte queda dos lucros no segundo trimestre, devido à redução dos preços da pasta de papel.

"Mantemos uma perspectiva algo cautelosa nos títulos ibéricos da pasta e papel", escreve Nuno Estácio, numa nota de análise divulgada esta segunda-feira, 20 de Junho. Apesar de não antecipar "uma significativa margem negativa" nas acções da Altri, o analista do Haitong aponta para uma queda do EBITDA [lucro antes de juros, impostos e amortizações] superior a 40% no segundo trimestre, tanto em termos homólogos como face ao período anterior.

A justificar a estimativa negativa está a forte queda dos preços da pasta de papel na Europa, que recuam 14%. No entanto, escreve Nuno Estácio, "acreditamos que nas próximas semanas deverão registar uma ligeira recuperação". Mas esta será de pouca dura, já que "acreditamos que a pressão nos preços poderá regressar no final de 2016 e manter-se até 2018", devido à introdução de nova capacidade de produção no mercado.

"Para a Altri continuamos a ver uma empresa que irá desalavancar e que deverá continuar a gerar bons fluxos de caixa livres ("free cash flows"), apesar dos baixos preços da pasta de papel", aponta o analista do Haitong. E conclui que "a única altura em que a Altri poderá ser afectada negativamente é em 2020, quando os subsídios de cogeração em Portugal chegarem ao fim". A estimativa é que aumente os custos da empresa em 13 milhões de euros.

Apesar desta revisão, as acções da Altri estão a disparar esta segunda-feira, com o generalizado aliviar de risco no mercado. A cotada nacional valoriza 5,79% para negociar nos 3,196 euros por acção.