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Haitong: Reforço da CTG na EDP pode limitar fusões da eléctrica

Os investidores podem reagir bem a este reforço num período marcado por incerteza regulatória, diz o Haitong, mas o banco alerta que se a operação for vista como uma jogada defensiva pela CTG, isso "pode não ser positivo para o preço da acção" no longo prazo.

04 de Outubro de 2017 às 09:41
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O Haitong considera que o reforço da posição na EDP pela China Three Gorges é uma notícia positiva para os investidores da eléctrica. A empresa estatal chinesa comprou mais 1,9% do capital da EDP por 207 milhões de euros para passar a deter um total de 23,36%.

Este reforço "deve ser bem recebido pelo mercado dado que o maior accionista da EDP está a reforçar a sua posição num período de elevada incerteza regulatória", segundo uma nota publicada pelo Haitong esta quarta-feira, 4 de Outubro. 

 

Olhando para a operação, o Haitong assume que este foi um "aumento real" da posição pela CTG e não um "rearranjar de posições" pelos investidores chineses.

"Aparentemente o vendedor não foi a Guoxin [CNIC], caso contrário teria de notificar a sua própria redução abaixo de 2%, o que não foi o caso, dado que a sua última posição conhecida era de 3%", começa por explicar o banco.

"Isto é importante porque se fosse esse o caso, isto seria apenas visto como um rearranjar de posições pelos investidores chineses, o regulador português [CMVM] considera que a CTG e a Guoxin têm o mesmo dono [Estado chinês] e assim o limite de direito de voto de 25% é aplicado à soma das duas cotadas", detalha o Haitong.

Mas olhando para o longo prazo, o Haitong alerta que esta operação pode ser vista como uma forma de reduzir a possibilidade da EDP ser alvo de aquisição ou de fusão.

As notícias mais recentes dão conta de dois possíveis cenários para o futuro da EDP. A eléctrica portuguesa e a catalã Gas Natural Fenosa podem avançar para uma fusão, ou a China Three Gorges pode vir a reforçar mais o seu poder na EDP para controlar melhor os destinos da empresa, conforme noticiou o Negócios em Setembro.

Mas o Haitong alerta que se os investidores lerem esta operação como "uma jogada defensiva para a CTG reforçar o seu poder contra aquisições ou fusões não desejadas, isso não seria positivo para o preço da acção" da EDP.


Desta forma, o Haitong espera uma "reacção muda" das acções da cotada, no curto prazo devido aos "impactos adversos" do reforço da CTG. Já no 
longo prazo, "pode dominar o efeito dos investidores em verem a EDP como menos provável para receber abordagens indesejadas".

A EDP está a cair 0,61% na bolsa de Lisboa para 3,071 euros na sessão desta quarta-feira.

Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro. 

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