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China Three Gorges reforça na EDP e passa a deter 23,26%

A companhia estatal chinesa investiu 207 milhões para reforçar a sua posição maioritária na EDP. Duas empresas detidas pelo Estado chinês já controlam mais de 26% da eléctrica portuguesa.

Bruno Simão
03 de Outubro de 2017 às 18:41
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O maior accionista da EDP reforçou a sua posição na eléctrica. A China Three Gorges passou a deter 23,26% do capital da companhia. A China Three Gorges detinha 21,35% da EDP e anunciou ter adquirido 70,1 milhões de acções representativas de cerca de 1,9183% do capital social da EDP.

A China Three Gorges passou assim a deter um total de 850,7 milhões de acções. O reforço foi anunciado esta terça-feira, 3 de Outubro, num comunicado da EDP enviado à CMVM.

Cada acção foi comprada por um valor de 2,9637 euros, com a companhia estatal chinesa a investir um total de 207 milhões de euros para reforçar a sua posição.

Com este reforço o Estado chinês passou a deter 26,28% do capital da EDP através de duas empresas. Além dos 23,26% detidos agora pela Three Gorges, a empresa estatal chinesa CNIC detém 3,02%. 

A compra foi feita numa transacção realizada fora de mercado a 29 de Setembro e "unicamente sujeita aos mecanismos de liquidação física e financeira aplicáveis. 

A China Three Gorges entrou no capital da EDP no final de 2011 quando desembolsou 2.700 milhões de euros para comprar 21,35% da eléctrica liderada por António Mexia.

O futuro da EDP, e qual o papel que a China Three Gorges pode vir a desempenhar, tem sido noticiado ultimamente. A companhia estatal chinesa quer ter mais poder na EDP para comandar o crescimento da eléctrica portuguesa através de compra de activos, conforme apurou o Negócios em meados de Setembro.

O plano é para ser levado a cabo ao longo dos próximos dois anos e pode passar por realizar um aumento de capital com o objectivo de fazer novas aquisições. O Governo português já foi informado há meses pela China Three Gorges das suas intenções de reforçar na EDP. Este cenário avançado por Luís Marques Mendes a 17 de Setembro, no seu espaço de comentário na SIC, e confirmado pelo Negócios.

Outro cenário que tem sido noticiado para a EDP é a solução espanhola, através de uma fusão com a Gas Natural Fenosa. O presidente da eléctrica espanhola, Isidro Fainé, esteve recentemente em Lisboa onde informou o Executivo de António Costa da sua intenção.

Mas a solução espanhola pode estar condenada à partida, conforme apontou Marques Mendes, revelando que o presidente da Gas Natural foi à China "cheio de entusiasmo e regressou relativamente conformado com um não dos chineses".

Na sua visita anual a Portugal, que teve lugar no final de Agosto, o vice-presidente da CTG disse estar satisfeito com a EDP e os seus administradores, mas evitou falar sobre a renovação do mandato de António Mexia que termina no final deste ano.

"Como accionista da EDP, estamos satisfeitos com o nosso investimento na EDP e estamos satisfeitos com o desempenho da empresa e dos seus administradores", disse a 29 de Agosto o vice-presidente da CTG, Lin Chixue.

Na mesma ocasião, o vice-presidente da China Three Gorges disse que quer aumentar os investimentos internacionais em conjunto com a EDP. A eléctrica estatal chinesa admite que pode avançar no futuro para os países lusófonos africanos se identificar oportunidades de investimento, incluindo Angola.

(Notícia actualizada às 19:03)
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