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Mexia deve continuar como CEO da EDP

Os accionistas da EDP estão a negociar os novos órgãos sociais, com mandato até 2020, e, segundo o Público, António Mexia continua no leme. Luís Amado é apontado para presidente não executivo.

A EDP não deu novidades aos investidores sobre as investigações judiciais sobre suspeitas de corrupção nos contratos dos Custos de Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC), segundo o CaixaBank BPI. Os responsáveis da eléctrica indicaram que a gestão não foi alvo de novas abordagens pelas autoridades em relação a essa matéria. Já em relação aos ajustamentos dos CMEC para os próximos dez anos, a empresa indicou que ainda não foram tomadas decisões, mas prevê que não sofram alterações muito significativas. Já em relação à EDP Renováveis, reiterou que a actual situação se deverá manter no médio prazo, depois de a EDP não ter conseguido mais de 90% da eólica na OPA. O preço-alvo é de 3,70 euros com análise 'neutral'.
20 de Dezembro de 2017 às 08:58
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António Mexia não deverá deixar a EDP ao fim de 11 anos de presidência. O jornal Público escreve esta quarta-feira, 20 de Dezembro, que os accionistas da eléctrica pretendem renovar-lhe o mandato. Ou seja, depois de ter entrado na empresa em 2006, a data de saída é agora estendida até 2020.

 

Os accionistas da EDP estão a negociar os contornos das contratações para o próximo mandato dos órgãos sociais, que terminam no final deste ano. De acordo com o Público, enquanto Mexia deverá continuar à frente do conselho de administração executivo, Luís Amado, ex-ministro de José Sócrates, será o presidente do conselho geral e de supervisão, de que é já número 2. De saída dessa função está Eduardo Catroga, que, contudo, deverá continuar neste órgão de fiscalização da gestão. 

A concretizar-se esta mudança, Amado passa de uma remuneração fixa de 95 mil euros para uma de 515 mil euros, paga actualmente a Catroga, tendo como base os valores pagos em 2016, de acordo com o relatório de governo da sociedade relativo ao ano passado.   

O jornal Eco tinha referido, no início do mês, que Amado e Diogo Lacerda Machado, o representante do Governo de António Costa em dossiês delicados como o papel comercial do BES e que está na administração da TAP, eram os nomes que se perfilavam para presidir ao órgão não executivo da eléctrica. Lacerda Machado era, contudo, também uma personalidade para o qual os accionistas estavam a olhar para CEO, como avançou o Negócios: o próprio veio, depois, dizer que não tinha perfil para líder executivo da eléctrica. 

 

A China Three Gorges é a principal accionista da EDP, tendo recentemente reforçado para 23,3% do capital, a que se juntam 3,02% da também chinesa estatal CNIC. Já a segunda principal accionista é a americana Capital Group, com 12%, a mesma nacionalidade da BlackRock, dona de 5%, e da State Street, com menos de 2%. Há ainda representantes portugueses (BCP e fundo de pensões do BCP), espanhóis, do Abu Dhabi, Qatar e Argélia.

  

Em 2016, Mexia, que contou com uma assiduidade de 98% nas reuniões do conselho de administração executivo, recebeu uma remuneração fixa de 984 mil euros, a que foi ainda acrescentada uma remuneração variável, relativa ao desempenho no ano anterior, de 396 mil euros, num total de 1,38 milhões. Já Catroga, presente nas nove reuniões do ano passado do conselho geral e de supervisão, auferiu uma remuneração fixa de 515.000 no cargo, de que terá agora de se afastar.

As investigações

 

A continuidade de António Mexia na EDP – que segundo noticiou o Expresso em Outubro estava disponível para ficar em funções – começou por ser um tema depois da investigação do Ministério Público às alegadas rendas pagas pelo Estado à eléctrica através dos contratos chamados de Custos para a Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC). Um factor que poderia levá-lo ao afastamento do BCP, onde é administrador, e que é também accionista da EDP, tendo em conta as mais apertadas regras de observância da idoneidade na banca. 

 

Em causa estão investigações, a serem levadas a cabo pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), sendo que Mexia, a par de João Manso Neto, líder da EDP Renováveis, são arguidos no processo por "factos susceptíveis de integrarem os crimes de corrupção activa, corrupção passiva e participação económica em negócio". O conselho geral manifestou, em Junho, na altura da constituição como arguido, a sua "solidariedade total"

 

A continuidade do líder na EDP é um tabu que a China Three Gorges não quis desfazer em Agosto passado: "Como accionista da EDP, estamos satisfeitos com o nosso investimento na EDP e estamos satisfeitos com o desempenho da empresa e dos seus administradores", disse, então, o vice-presidente da CTG, Lin Chixue. No entanto, sobre a renovação do mandato não quis pronunciar-se

Isto num ano em que uma eventual fusão entre a portuguesa e a espanhola Gas Natural foi travada, alegadamente pelo principal accionista chinês. E também quando, como o Negócios deu conta, a Galp deixou a EDP para trás no que diz respeito ao valor de mercado das empresas na bolsa nacional. 

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