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El Confidencial: Gas Natural Fenosa disposta a dar presidência à EDP numa eventual fusão
A Gas Natural Fenosa estará disposta a ceder a presidência da empresa que pudesse resultar de uma fusão com a EDP.
Citando fontes próximas das conversações, o jornal espanhol avança que Fainé reuniu-se recentemente com o primeiro-ministro português, António Costa, para tentar convencer o Governo a aceitar uma fusão desta escala, tendo, segundo o mesmo jornal, sido transmitido à Gas Natural Fenosa que o executivo não está disposto a facilitar a tomada de controlo da EDP pela espanhola, citando o que aconteceu com empresas que eram referências nacionais, como a PT.
O jornal diz ter confirmado a informação junto de fontes próximas da Criteria CaixaCorp, que entregou a operação à AZ Capital, o banco de investimento liderado por Jorge Lucaya, financeiro de confiança de Fainé.
O El Confidencial acrescenta que Fainé tem uma boa relação com António Costa, depois da CaixaBank ter conseguido ficar com a maioria do BPI.
Tanto a Gas Natural como a EDP vão ter este ano eleições electivas. Os accionistas da EDP já fizeram saber que querem reconduzir António Mexia como presidente executivo e nomear Luís Amado como presidente do Conselho Geral e de Supervisão.
A Gas Natural prepara-se para apresentar em Barcelona os seus resultados de 2017 e o plano estratégico de 2018-2020, continuando a companhia a analisar a possibilidade de crescimento inorgânico.
As notícias sobre uma aproximação de Fainé a Portugal têm sido várias no último ano. Tal como o Negócios noticiou em Setembro, o presidente da Gas Natural esteve em Pequim para promover o projecto de fusão com a EDP junto da China Three Gorges. Já antes Isidro Fainé tinha estado em Lisboa a discutir a ideia com António Costa. O Governo não terá apadrinhado a operação, mas também não se opôs.
Que empresa resultaria da fusão?
Portefólio mais equilibrado
A união das duas empresas, segundo uma análise do Haitong, criaria uma companhia com um portefólio de geração mais equilibrado, em que a exposição hídrica da EDP compensaria a sobreexposição da Gas Natural às centrais de gás. A empresa combinada, em seu entender, ficaria muito próxima da Endesa e da Iberdrola no mercado de electricidade ibérico.
Presença no continente americano
Além da forte presença na Península Ibérica, as duas empresas estão focadas em desenvolver negócio nas Américas. A Gas Natural está presente no Chile e México, enquanto a EDP está no Brasil e EUA.
Sinergias anuais de 450 milhões
A fusão das duas empresas, segundo uma análise do BPI, geraria sinergias anuais de cerca de 450 milhões de euros.
Activos de 90 mil milhões
A fusão das duas empresas daria origem a uma empresa com um EBITDA de 8,7 mil milhões de euros e um lucro de 2,4 mil milhões. Segundo o Haitong, os negócios combinados dariam origem a uma empresa com activos de 90 mil milhões de euros e uma dívida líquida/EBITDA de cerca de 3,5 vezes.
La Caixa seria o maior accionista
Contas do BPI anteriores apontam para que o La Caixa ficasse com o maior accionista da empresa resultante da fusão, com 16%. A Repsol - que no entanto já disse que pretendia vender a sua posição- seria a segunda (13%), enquanto a China Three Gorges, o maior accionista da EDP, seria a quarta, com cerca de 7%.