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Citi revê em baixa estimativa de perdas do BES
Um dia depois de ter reiterado a recomendação de "compra" para o Banco Espírito Santo, o Citi reviu em baixa as previsões de perdas relacionadas com o Grupo Espírito Santo (GES).
O banco de investimento actualizou a sua análise ao banco liderado por Vítor Bento (na foto) devido "a uma visão mais positiva sobre a potencial protecção fiscal das perdas e a melhores recuperações dos clientes de retalho e empresas directamente expostas ao BES e GES" do que antes antecipado.
Nesse sentido, o Citi estima agora perdas potenciais de 0,6 mil milhões de euros ao BES, o que compara com os "prejuízos" de 2,1 mil milhões de euros mencionados na nota publicada esta terça-feira.
Já a Angola, o banco projecta perdas potenciais entre os 0 e os 1,7 mil milhões de euros, menos do que 0 a 2,7 mil milhões de euros antes antecipados.
"Estimamos perdas totais entre 0,6 e 2,3 mil milhões de euros, que podem resultar em necessidades de capital entre 0,3 e 1,8 mil milhões de euros", realça o analista Stefan Nedialkov. Até esta terça-feira, o banco de investimento tinha como pressuposto na sua análise uma estimativa de necessidades de capital entre 1,9 e 4,3 mil milhões de euros.
Quanto às exposições do BES, o Citi assume nas suas previsões 100% de recuperação da exposição de 602 milhões de euros a empresas que foram vendidas pelo grupo, a Tranquilidade e ESCOM, 0% de recuperação da exposição de 342 milhões de euros ao ES Bank Panana e 50% dos restantes 841 milhões de euros uma vez que deverá ter garantias no ESFG e Rioforte.
"Para as exposições de retalho, assumimos uma recuperação de 100% pois o BES confirmou que estas eram na forma de papel comercial e, como tal, dívida sénior", realça o banco de investimento.
Quanto a Angola, o banco acredita "que as autoridades portuguesas deverão permitir ao BES deduzir as perdas em que incorreu como parte da reestruturação das empresas Espírito Santo e da carteira de empréstimos de Angola".
O Citi reiterou ainda a recomendação de "comprar" para as acções e o preço-alvo de 0,65 euros, que confere ao banco uma margem de valorização de 43,8%.
As acções do banco sobem 8,13% para os 0,452 euros, tendo já chegado a valorizar 8,61%.
Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.