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CaixaBI corta preço-alvo dos CTT em 28% e prevê mudanças na estrutura accionista
A quebra superior a 55% dos lucros registados nos primeiros nove meses do ano face ao período homólogo continua a levar as casas de investimento a reduzir o preço-alvo atribuído aos CTT. O CaixaBI cortou de 6,50 euros para 4,70 euros.
O Caixa Banco de Investimento (CaixaBI) cortou o preço-alvo atribuído aos CTT de 6,50 euros para 4,70 euros, o que representa uma redução de 27,69%.
Apesar disso, este preço-alvo representa ainda um potencial de valorização de 24,27% relativamente ao valor de fecho de 3,782 dos títulos dos correios nacionais na sessão bolsista desta quinta-feira, em que a cotada liderada por Francisco Lacerda voltou a atingir um mínimo histórico ao transaccionar nos 3,771 euros.
Na nota de "research" a que o Negócios teve acesso, a casa de investimento da Caixa Geral de Depósitos (CGD) mantém inalterada em "comprar" a recomendação sobre os títulos dos CTT, que em 2017 registam uma das piores prestações entre as 18 cotadas que integram o PSI-20. Só nos últimos dois dias, os CTT perderam 25% do respectivo valor bolsista. Também a pressionar as acções da cotada está o anúncio de proposta de um dividendo relativo a 2017 a rondar os 38 cêntimos por acção, que representa um corte de 20,8% face último dividendo pago este ano, de 48 cêntimos por acção.
Os analistas do CaixaBI justificam o corte no preço-alvo com os resultados "muito decepcionantes" reportados pelos CTT entre Janeiro e Setembro deste ano, período em que registaram um lucro de 19,5 milhões de euros, que configurou uma quebra de 57,6% comparativamente com o igual período de 2016.
Esta unidade de investimento nota que os resultados ficaram abaixo das estimativas feita pelos analistas do CaixaBI, o que em especial se terá ficado a dever ao EBITDA aquém do esperado.
Tendo em conta os actuais preços no mercado, o elevado capital disponível em bolsa para negociação e o potencial de desenvolvimento noutras áreas de negócio (Banco CTT), o CaixaBI considera ser razoável antecipar uma "enorme mudança na estrutura accionista" da instituição. Nesta altura, o maior accionista dos CTT é a Gestmin (10,46%), seguida pela Allianz Global Investors (5,04%), pela Wilmington Capital (5%), pelo BNP Paribas (3,10%), pelo Norges Bank (2,22%) e ainda pelo Wellington Management Group (2,07%).
Numa chamada de videoconferência com analistas realizada esta quinta-feira, a administração dos CTT revelou que no âmbito do plano de reestruturação de custos anunciado esta semana está a ser conjecturada a possibilidade de passar a gestão de estações de correio a entidades terceiras.
Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.