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CTT volta a deslizar mais de 4% e eleva para 25% a queda em dois dias

As acções dos CTT fecharam a sessão a deslizar 4,49%, mantendo assim a tendência de queda registada já na última sessão. A empresa liderada por Francisco Lacerda tocou assim em mínimos históricos.

Miguel Baltazar/Negócios
02 de Novembro de 2017 às 17:12
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As acções dos CTT voltaram a registar uma forte queda, perdendo 4,48% para 3,782 euros, tendo chegado a negociar nos 3,771 euros, o que corresponde a um novo mínimo histórico. 

Esta queda junta-se à descida superior a 21% registada na última sessão, com os CTT a perderem assim um quarto do seu valor bolsista em apenas dois dias, ou seja, a capitalização bolsista encolheu 192 milhões de euros.

A justificar este comportamento está a apresentação de resultados que os CTT fizeram na terça-feira, já após o fecho do mercado, o corte de previsões e o corte do dividendo. Os CTT anunciaram que os seus lucros nos primeiros nove meses do ano caíram 57% para 19,5 milhões de euros. Já o EBITDA recuou 25% para 68 milhões de euros, num período em que os gastos operacionais aumentaram 5,6% para 23,7 milhões de euros.

 

Além deste conjunto de resultados, que ficou aquém das expectativas dos analistas, os CTT anunciaram ainda que a proposta de dividendo será cortada de 48 para 38 cêntimos. E após serem conhecidos estes números, os analistas emitiram notas de análise.


Ainda esta quinta-feira, 2 de Novembro, o Haitong emitiu uma nota de análise, após uma conferência de analistas com os gestores dos CTT, onde diz que nesta altura todas as atenções estão voltadas para a reestruturação anunciada e sustenta que os argumentos hoje apresentados pela administração liderada por Francisco Lacerda não foram suficientes para alterar a perspectiva negativa dos analistas relativamente à empresa após os resultados obtidos entre Janeiro e Setembro. Esta casa de investimento cortou a avaliação dos CTT de 6,50 euros para 3,90 euros.

 

O BPI cortou a avaliação dos CTT em 27,7%, passando o preço-alvo de 6,50 euros para 4,70 euros. A recomendação que era de "comprar" passou para "underperform", ou seja, as acções deverão ter um desempenho abaixo dos pares, de acordo com uma nota a que o Negócios teve acesso.

 

Os analistas Bruno Silva e Filipe Leite destacam que os resultados ficaram muito abaixo das estimativas e que as previsões deixadas surgem como um "profit warning", ou seja, os CTT estão a antecipar que as metas que tinham sido traçadas para este ano não vão ser cumpridas. O que leva a que o BPI esteja menos optimista em relação ao futuro da empresa liderada por Francisco Lacerda. As novas previsões apontam para um corte de 20% ao nível do EBITDA dos CTT.

 

Já o JPMorgan terá reduzido a sua avaliação em 12,7%, passando o preço-alvo de 5,50 euros para 4,80 euros. A recomendação foi mantida em "neutral", segundo os dados disponíveis na Bloomberg.

 

Outra casa de investimento que reduziu a avaliação dos CTT foi a Mainfirst, tendo cortado a avaliação em 28,5% para 5,0 euros. O analista Tobias Sittig reduziu ainda a recomendação de "outperform" (desempenho acima dos pares) para "neutral", segundo a Bloomberg.

 

Já o BBVA terá colocado os CTT sob revisão. A anterior recomendação, reiterada a 27 de Outubro, era de "outperform" com um preço-alvo de 7,10 euros.

 

"Os resultados do terceiro trimestre ficaram muito abaixo das nossas estimativas", salientou o analista do Haitong Nuno Estácio, numa nota citada pela Bloomberg. Este conjunto de resultados "foi obviamente muito negativo e foi afectado por receitas mais baixas do que o esperado além de um aumento dos custos superior ao das estimativas", explica o analista. 

 

Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.

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