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BPI: Opção da Sonae por colocar em bolsa retalho alimentar e imóveis "simplifica operação"

O BPI considera positiva a opção da Sonae em deixar de fora os activos de retalho especializado no IPO da unidade de retalho. As acções não reagem.

Miguel Veterano/Cofina
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As acções da Sonae seguem pouco alteradas na sessão posterior ao comunicado em que a Sonae dá mais um passo em frente na intenção de colocar em bolsa a sua unidade de retalho. Os títulos sobem 0,09% para 1,145 euros, depois de ontem terem fechado a descer mais de 1%. Nas três sessões anteriores tinham fechado em alta, reagindo aos resultados positivos do primeiro trimestre.

 

Num comunicado emitido na noite de segunda-feira, o conselho de administração da Sonae anunciou que continua a analisar a possibilidade de colocar em bolsa parte do portefólio de retalho da empresa, no qual a Sonae manterá uma posição maioritária. O portefólio potencialmente sujeito à entrada em bolsa inclui o retalho alimentar, com a Sonae MC, e a propriedade imobiliária, com a Sonae RP.

 

"Na nossa perspectiva o perímetro de activos (alimentar e imobiliário) deverá simplificar a operação", referem os analistas do BPI, explicando que assim a nova empresa "deverá ser mais comparável com as pares do retalho alimentar na Europa".

 

Caso a Sonae optasse por incluir o retalho especializado (como a Worten, SportZone e Zippy) no conjunto de activos a dispersar em bolsa, o encaixe decorrente do IPO "não seria maximizado", uma vez que estas unidades "estão em processo de reestruturação" e ainda dão um contributo negativo para os lucros da unidade de retalho.

 

A Sonae MC, que integra os hipermercados Continente, e a Sonae RP (que agrupa os activos imobiliários), representam 84% da avaliação que o BPI tem para a unidade de retalho da Sonae. Por sua vez, a unidade de retalho representa 59% da avaliação que o banco faz ao valor líquido dos activos (NAV, na sigla em inglês) da Sonae.

 

A Sonae nomeou o Barclays, o BNP Paribas e o Deutsche Bank para organizarem reuniões exploratórias com potenciais investidores para uma possível entrada em bolsa da futura cotada.    

 

As duas unidades combinadas geraram, no primeiro trimestre deste ano, um volume de negócios de 963 milhões de euros (numa soma simples, sem ter em linha de conta as transferências para a própria empresa) e um EBITDA subjacente de 55 milhões de euros.

As propriedades integradas na Sonae RP têm um valor líquido contabilístico de 908 milhões de euros (em Março deste ano), que inclui 20 lojas Continente, 60 lojas Continente Modelo e 30 lojas Bom Dia.

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