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BPI: Expansão da Jerónimo Martins para um novo mercado traz riscos
A unidade de investimento do BPI vê riscos na entrada da Jerónimo Martins num novo mercado, como anunciou Alexandre Soares dos Santos, pela história recente na Colômbia. A Polónia também pode trazer más notícias.
A Jerónimo Martins quer expandir-se para novos mercados "nos próximos dois a três anos". A afirmação do antigo presidente Alexandre Soares dos Santos, proferida na quarta-feira na inauguração do novo centro logístico em Valongo, causa apreensão aos analistas da casa de investimento do BPI.
"Se a empresa está, de facto, a considerar a entrada num novo mercado, consideramos que tal poderá apresentar alguns riscos para as estimativas de lucros por acção", assinala a unidade de investimento na nota de "research" desta quinta-feira, 28 de Setembro.
De acordo com a equipa liderada por José Rito, um dos aspectos que merece mais sinalização é o de a Colômbia ser um mercado recente para a Jerónimo Martins (o país sul-americano é o terceiro mercado da empresa, atrás de Portugal e da Polónia).
A equipa de especialistas do BPI sinaliza as "perdas mais prolongadas do que o esperado na Colômbia", onde a companhia presidida por Pedro Soares dos Santos entrou em 2013 nas lojas de proximidade sob a insígnia Ara. A casa de investimento adianta ainda que este continuará ainda a ser um mercado numa fase inicial de desenvolvimento nos próximos dois a três anos, altura para a qual a Jerónimo Martins aponta a entrada num novo mercado.
Além disso, acrescentam os analistas do banco detido pelo CaixaBank, poderá haver alguns riscos por a Jerónimo Martins, que estreou agora uma nova imagem corporativa, perder o foco nos negócios já existentes.
No comentário, o BPI ressalva que uma operação inorgânica (aquisição) mitiga os riscos face a um negócio iniciado do zero. Nas apostas da casa de investimento, o Peru e a Roménia são os "candidatos mais prováveis" para a entrada num novo mercado.
O BPI também comenta a notícia na imprensa polaca que dá conta da disponibilidade do partido que sustenta o governo, o Lei e Justiça, para apoiar o fecho do comércio de dois em dois domingos: "Esta notícia não é uma completa novidade e não vai mudar grande coisa nas dinâmicas de concorrência do mercado de retalho polaco, desde que aplicado a todas as empresas".
Contudo, há a expectativa de que haja um "impacto negativo" na evolução do mercado polaco e, portanto, também da Jerónimo Martins. Nos primeiros nove meses do ano, a Polónia, com os supermercados Biedronka, representou 68% das vendas da empresa.
Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.