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Jerónimo Martins promete manter cérebro e investimentos em Portugal

Apesar dos planos para entrar noutros mercados e de ser "tão maltratada" no país, a dona do Pingo Doce garante a aposta no mercado nacional. No novo centro logístico de Valongo vai construir uma fábrica de massas frescas.

27 de Setembro de 2017 às 14:01
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A Jerónimo Martins promete continuar a investir em Portugal porque "é isso que torna o país mais agressivo e competitivo", apesar de considerar que "o investimento privado é tão maltratado" no país. "Somos acusados de tudo: de não pagar impostos, de não apostar nos fornecedores", lamentou Alexandre Soares dos Santos. 

 

O presidente da Sociedade Francisco Manuel dos Santos garantiu que o grupo de distribuição investiu biliões nos últimos anos e deixou a promessa de "não parar". "A minha família está em Portugal e quer crescer no mundo, ao qual pertencemos. Começámos na Polónia, falhámos no Brasil e estamos hoje na Colômbia", resumiu o líder da accionista maioritária da dona do Pingo Doce, que prometeu ainda "expandir para outros mercados nos próximos dois a três anos"

 

Durante a inauguração do novo centro logístico em Alfena, no concelho de Valongo, também o actual presidente do conselho de administração e administrador-delegado do grupo assegurou o "compromisso com o desenvolvimento sócio-económico de Portugal. Ilustrando-o com os 550 milhões de euros investidos no país entre 2012 e 2016 ("os da recessão e do pico da austeridade") na construção de fábricas ou na abertura de lojas - e "tudo sem dívida e só com os cash flows" da empresa. 

  

 

António Costa elogiou a JM por 'não confundir' a ambição da internacionalização com o esquecimento do mercado português
António Costa elogiou a JM por "não confundir" a ambição da internacionalização com o esquecimento do mercado português Ricardo Castelo

"Nascemos em Portugal, empregamos aqui mais de 30 mil pessoas e aqui mantemos o nosso centro de decisão", apontou Pedro Soares dos Santos, valorizando e prometendo a manutenção do cérebro do grupo no país. E no dia em que abriu este investimento de 75 milhões de euros e divulgou a nova imagem corporativa, o gestor deixou a novidade, sem detalhar valores ou prazos, de que neste mesmo espaço será construída uma fábrica de massas frescas, semelhante à que já tem no centro logístico da Azambuja. 

 

Costa desafia aposta na cadeia de valor

 

Presente na cerimónia de abertura oficial do maior e mais moderno centro logístico do grupo, que irá abastecer cerca de 200 lojas Pingo Doce e Recheio, o primeiro-ministro, António Costa, ignorou os lamentos do patriarca da família sobre os maus-tratos aos investidores privados e desafiou a Jerónimo Martins a "continuar a desenvolver a cadeia de valor, da produção à distribuição", aumentando a quota de compras a fornecedores nacionais.

 

O governante elogiou também o grupo de distribuição, que está a comemorar 225 anos e emprega cerca de cem mil trabalhadores em todo o mundo, por "não confundir" a ambição da internacionalização com o esquecimento do mercado português. "Temos de nos internacionalizar sem deixar de valorizar o nosso próprio mercado interno", concluiu António Costa. 

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