Esta quarta-feira, 6 de Fevereiro, a Sonaecom anunciou que a oferta pública de aquisição (OPA) sobre as acções detidas pelos minoritários começa esta quinta-feira e decorre até ao próximo dia 19. A contrapartida manteve-se face ao anúncio de Outubro. Trata-se das acções que a Sonaecom detém, directamente, na Zon Optimus, havendo lugar ao pagamento de um valor em dinheiro caso não haja títulos suficientes para cobrir a oferta.  

A empresa liderada por Ângelo Paupério quantifica a contrapartida a um preço global equivalente a 2,45 euros. “Considerando que a oferta era voluntária, acreditamos que a probabilidade de que os termos fossem melhorados era baixo e, por isso, não há surpresas a este nível”, referem os analistas do BESI.

No entanto, a OPA passou de parcial a geral, ainda que o objecto da oferta sejam os mesmos 24,16% do capital da Sonaecom que o grupo de Paulo Azevedo ainda não detém. O que, segundo os mesmos especialistas, “poderá proporcionar à Sonaecom e ao seu principal accionista (74,32%), a Sonae, mais opções depois dos resultados da oferta serem conhecidos”.

Nuno Matias e Miguel Borrega lembram que, numa oferta geral quando um accionista atinge 90% dos direitos de voto e a oferta alcança um nível de aceitação de pelo menos 90% das acções cobertas pela oferta, “uma OPA potestativa poderá ser accionada o que permitiria à Sonae deter 100% da Sonaecom”.

Contudo, “se os resultados da oferta apenas permitirem à Sonae deter mais de 90% dos direitos de voto da Sonaecom, e de acordo com o código de valores mobiliários, a retirada de bolsa da Sonaecom pode também ter lugar, um cenário que também deixa opções limitadas aos accionistas minoritários”.

Neste sentido, o banco de investimento sublinha que o nível de aceitação da oferta será “chave para entender não apenas a compensação a ser paga (acções da Zon Optimus apenas ou uma componente adicional de dinheiro), mas também o futuro imediato das acções da Sonaecom”.

O BESI explica ainda que esta oferta pode causar algum fluxo nas acções da Zon Optimus, embora não antecipe “que a totalidade da posição directa de 7,3% detida pela Sonaecom regresse ao mercado”. Isto porque alguns investidores podem continuar accionistas da Zon Optimus e os investidores que tenham feito arbitragem “podem ter já esperado por este acordo potencial para poderem usar as acções recebidas para fechar as suas posições curtas”.

O BESI avalia as acções da Sonaecom em 2,30 euros, com uma recomendação de “neutral”. As acções da empresa seguem a valorizar 1,79% para os 2,388 euros. 

Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de “research” emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de “research” na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.