Altri, CTT, Sonae, Ferrovial, Grifols, Melia Hotels, Sabadell e Sonae. São estas as cotadas favoritas do BPI para este ano. Todas elas contam com a recomendação de "core buy" por parte do banco.

O BPI aponta que, apesar da Europa viver um contexto de "incerteza" devido às várias eleições que vão ter lugar este ano, as economias ibéricas estão com um "desempenho bastante razoável, regressando ao crescimento em 2014 e devendo melhorar em 2015", segundo o relatório divulgado esta segunda-feira, 19 de Janeiro, a que o Negócios teve acesso.

Mas apesar deste contexto de incerteza - em que a "volatilidade deve permanecer um factor no curto e médio prazo" -, o BPI "continua a ver oportunidades atractivas de investimento no mercado ibérico".

A escolha da Altri acontece por deter "eficientes activos de pasta" e por "continuar a beneficiar de um dólar mais forte". O banco atribui assim um preço alvo de 3,60 euros à empresa de pasta e de papel, com um potencial de valorização de 25% face ao fecho de ontem de 2,88 euros.

Já os CTT devem "continuar a cumprir nas despesas operacionais, contribuindo para uma forte geração de cash flow". Os correios estão com um preço alvo de 9,45 euros, com um potencial de 8,64% face ao preço de 8,698 euros.

Por seu turno, a Sonae "continua a ser uma proposta de valor devido ao aumento do rendimento disponível e à queda das taxas de capitalização de mercado (yields)". A cotada está com um preço alvo de 1,75 euros com um potencial de valorização de 54,04% face à cotação de 1,136 euros.

Analisando as sete favoritas ibéricas, as cotadas portuguesas têm um potencial superior ao das espanholas. As cotadas nacionais têm assim um potencial de valorização de 29,23% em média, face aos 19,02% de potencial de valorização das espanholas - Ferrovial, Grifols, Melia Hotels e Sabadell.

Para as "top picks" do BPI entraram a Ferrovial, Grifols, Melia Hotels e o Banco Sabadell, enquanto saíram o Dia, Liberbank, Repsol e Tubacex, além da EDP Renováveis.

Ano vai ser marcado pelas eleições em toda a Europa

Este ano vai ser marcado pela incerteza política, que será um "tema central" ao longo de 2015, apontam os analistas do BPI. Ao mesmo tempo, o Banco Central Europeu (BCE) deverá aprovar novas medidas não convencionais com o objectivo de reavivar a economia europeia e para combater a baixa inflação.

Desta forma, as eleições legislativas gregas de Domingo vão marcar a actualidade política dos próximos tempos. Mas os mercados não vão estar só com os olhos postos na Grécia. Em Itália, o Governo de Matteo Renzi vai enfrentar uma prova de fogo para o Parlamento eleger um novo Presidente da República depois de Giorgio Napolitano se ter demitido recentemente.

Este ano também vai ser ano de várias eleições na Península Ibérica. Portugal e Espanha vão ter eleições legislativas mais para o final do ano em Outubro e Dezembro, respectivamente.

Ao mesmo tempo, Espanha vai ter eleições regionais (em 13 das 17 regiões) e locais em Maio. Em Setembro, a Catalunha vai a votos mais cedo e o escrutínio pode servir como barómetro às aspirações independentistas da comunidade autónoma.

Apesar dos riscos que ainda existem, a perspectiva para Portugal e Espanha para este ano é optimista, aponta o BPI. "Os esforços de austeridade diminuíram gradualmente, os níveis de confiança melhoraram e os juros da dívida soberana estão em mínimos históricos, com a ajuda das políticas monetárias do BCE. Apesar dos riscos ainda persistirem, 2015 já tem bons augúrios, como a queda do preço do petróleo e a depreciação do euro face ao dólar".

Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.